O governo do México denunciou criminalmente um grupo de igrejas por suposta lavagem de dinheiro e evasão de impostos, anunciou nesta terça-feira a Unidade de Inteligência Financeira (UIF).
As organizações religiosas "omitiram do fisco seus rendimentos e, portanto, geraram riqueza de forma ilegal, colocando-as em processo de prática de crimes fiscais e operações com recursos de origem ilícita", assinala o comunicado da UIF, que não revela o nome das associações, nem o montante das operações. Segundo a revista "Proceso", um dos alvos da denúncia é a igreja A Luz do Mundo, cujo líder está preso nos Estados Unidos, acusado de pederastia.
Segundo a UIF, as organizações investigadas realizam "atividades com fins predominantemente lucrativos, como a compra de imóveis e ações e a cobrança de juros", que não têm relação com seu objetivo social. "Enviam recursos financeiros em quantidades significativas (...) mediante transferências internacionais, pessoas físicas e jurídicas em países classificados como paraísos fiscais." Também foram detectadas "transferências de valores muito elevados para o pagamento de bens ou serviços de luxo".
Considerado por seus seguidores "o último apóstolo de Jesus Cristo", o líder da Luz do Mundo, Naasón Joaquín García, está preso na Califórnia por 30 crimes, entre eles abuso de menores e posse de pornografia infantil. Em março, a UIF congelou contas de seis pessoas ligadas a essa igreja, no total de quase 20 milhões de dólares.
A instituição governamental lembrou que as organizações religiosas são "vulneráveis a seu uso indevido por grupos criminosos, incluindo terroristas", devido à pouca fiscalização e aos benefícios fiscais mais generosos que lhes são concedidos "pela maioria dos governos".
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