Pandemia

Pfizer adia entrega da vacina anticovid a oito países europeus

O atraso no envio das vacinas foi anunciado nesta segunda-feira (28) pelo Ministério espanhol da Saúde e pelo próprio grupo farmacêutico, um dia depois do início da campanha de imunização em vários países da União Europeia (UE), o que gerou esperanças contra uma doença que já infectou mais de 80 milhões de pessoas no planeta e matou mais de 1,76 milhão de pessoas

Agência France-Presse
postado em 28/12/2020 19:05
 (crédito: Alfredo ESTRELLA / AFP)
(crédito: Alfredo ESTRELLA / AFP)

O transporte das vacinas da Pfizer contra a covid-19 para oito países europeus, entre eles a Espanha, sofrerá um pequeno atraso por um problema logístico, enquanto na Rússia novas estatísticas oficiais indicam que 186.000 pessoas morreram na pandemia.

O atraso no envio das vacinas foi anunciado nesta segunda-feira (28) pelo Ministério espanhol da Saúde e pelo próprio grupo farmacêutico, um dia depois do início da campanha de imunização em vários países da União Europeia (UE), o que gerou esperanças contra uma doença que já infectou mais de 80 milhões de pessoas no planeta e matou mais de 1,76 milhão de pessoas.

"Devido a um pequeno problema de logística, modificamos o cronograma de um número limitado de entregas. A questão de logística foi resolvida, e as entregas estão sendo despachadas. Não há problemas de fabricação", disse o diretor global de comunicações da Pfizer, Andrew Widger.

Um dos países mais afetados da Europa, que superou os 50.000 mortos, a Espanha deveria receber nesta segunda-feira 350.000 doses da vacina fabricada pelos laboratórios Pfizer e BioNTech.

"A Pfizer Espanha indica que foi informada por sua fábrica de Puurs (Bélgica) sobre o atraso nos envios para oito países, incluindo a Espanha, devido a um problema no processamento de carga e envio", afirmou o Ministério em um comunicado, que não revela os outros sete países afetados, o que o laboratório também não fez.

O próximo carregamento de vacinas chegará à Espanha na terça-feira, acrescentou o Ministério.

A Europa é, segundo cifras oficiais, a região mais afetada do mundo, com mais de 25,4 milhões de casos e quase 550.000 vítimas fatais.

- "Ponto crítico" -


Segundo estatísticas oficiais, publicadas nesta segunda, mais de 186.000 pessoas morreram pela pandemia na Rússia, que só em novembro registrou quase 26.000 óbitos.

Estes novos dados do escritório de estatísticas Rosstat representam mais do que o triplo dos 55.265 reconhecidos até agora por Moscou e tornam a Rússia no terceiro país do mundo com maior número de óbitos, atrás de Estados Unidos e Brasil.

País mais afetado no mundo pela pandemia, os Estados Unidos superaram no domingo a marca de 19 milhões de casos, com mais de 333.100 mortes relacionadas com o vírus.

O presidente Donald Trump assinou finalmente no domingo o novo plano de ajuda para a economia americana aprovado pelo Congresso após meses de complexas negociações.

A Casa Branca anunciou que Trump assinou a lei "para restaurar o seguro-desemprego, interromper os despejos, fornecer assistência de aluguel, adicionar dinheiro para os programas de empréstimos para empresas, devolver nossos funcionários do setor aéreo a seus empregos, adicionar substancialmente mais dinheiro para a distribuição de vacinas, e muito mais".

Durante dias, Trump se recusou a assinar o pacote e, no domingo, continuou pressionando para que os cheques destinados aos contribuintes com mais dificuldades econômicas aumentem dos US$ 600 estipulados inicialmente para US$ 2.000.

O principal especialista em doenças infecciosas do governo americano, Anthony Fauci, alertou no domingo que o pior da pandemia ainda pode estar por chegar. O país se verá em um "ponto crítico", segundo ele, devido à propagação do vírus durante as viagens feitas no período de Natal.

A OMS também advertiu nesta segunda para o risco de novas pandemias, ainda mais graves do que a de covid-19.

"Esta pandemia tem sido muito difícil. Circulou pelo mundo todo muito rapidamente (...), mas não foi necessariamente a pior", afirmou Michael Ryan, diretor de Emergências da OMS, durante coletiva de imprensa.

- Sem fogos de artifício -


Antes da UE, muitos países começaram a vacinar contra o coronavírus, começando pela China, durante o verão no hemisfério norte (inverno no Brasil). Em dezembro, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Suíça, México, Costa Rica e Chile iniciaram a imunização.

Na América Latina e no Caribe, região que acumula 497.800 mortos e 15,1 milhões de contagiados, o México vacinou no domingo centenas de trabalhadores de saúde em um campo militar da capital.

Paralelamente à vacinação, no entanto, cada vez mais países detectam casos da nova cepa do coronavírus, possivelmente mais contagiosa, descoberta no Reino Unido.

Canadá, Itália, Suécia, Espanha, Portugal, Japão e Coreia do Sul estão entre os mais recentes a detectarem a variante.

Durante o fim de semana, vários países voltaram a instaurar restrições, incluindo o território britânico de Gibraltar, que anunciou um toque de recolher noturno, e Israel, que iniciou no domingo um severo terceiro confinamento.

Ali, o Exército israelense começou a vacinar os soldados nesta segunda-feira, com 17 tendas para a campanha em diversos pontos do território. Até o momento 380.000 pessoas receberam a primeira dose no Estado hebreu.

A Arábia Saudita, o país árabe do Golfo mais afetado pela pandemia, anunciou a prorrogação por uma semana do fechamento de suas fronteiras terrestres e marítimas e da suspensão dos voos internacionais, devido à variante britânica do coronavírus.

Diante da ameaça de um novo surto do vírus com a chegada do inverno, a China, onde o coronavírus foi detectado pela primeira vez no fim do ano passado, reforçou os controles médicos, com verificação da temperatura, testes e inspeções nos aeroportos.

E a despedida de um ano difícil dentro de três dias acontecerá sem grandes celebrações.

Na Austrália, os moradores de Sydney não poderão comparecer à baía da cidade para contemplar o tradicional espetáculo de fogos de artifício após o aumento de casos na cidade, a mais populosa do país.

Ao contrário, o jogador brasileiro Neymar provocou uma nova polêmica depois que a imprensa do Brasil noticiou que ele celebrará a chegada de 2021 com uma super festa para 500 convidados em uma mansão em Mangaratiba, na Costa Verde, litoral sul do Rio de Janeiro.

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