O Reino Unido e a União Europeia assinaram o histórico acordo comercial que vai reger as suas relações quando se separarem definitivamente, à meia-noite de hoje. “É um excelente negócio para este país, mas, também, para nossos amigos e parceiros”, declarou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, carimbando sua assinatura em um texto com mais de 1.200 páginas. O livro, encadernado em couro, foi transportado de Bruxelas a Londres pela Força Aérea britânica para receber a assinatura de Johnson.
Horas antes, os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, fizeram o mesmo em uma breve cerimônia. “Foi um longo caminho. É o momento de deixar para trás o Brexit. Nosso futuro se constrói na Europa”, tuitou Von der Leyen após assinar o documento. Para Charles Michel, trata-se de “um acordo justo e equilibrado, que preserva os interesses da UE e cria estabilidade e previsibilidade para cidadãos e empresas”.
Os parlamentares britânicos aprovaram, de forma esmagadora, o texto que inscreve o acordo de livre comércio na legislação nacional. Em um processo muito acelerado, a lei foi revista no mesmo dia pelos Lordes — a Câmara alta do Parlamento — antes de ser apresentada à rainha Elizabeth II para sua assinatura. “Com essa lei, seremos um vizinho amigável, o melhor amigo e aliado que a UE pode ter”, afirmou Johnson, na frente dos deputados, onde foi garantido o apoio de sua maioria parlamentar conservadora e uma oposição trabalhista resignada.
O país sairá, definitivamente, do mercado único e da união alfandegária, após ter abandonado oficialmente o bloco em 31 de janeiro deste ano. Segundo uma pesquisa da YouGov publicada nesta quarta-feira, 17% dos britânicos consideram o novo acordo como bom, 21%, como ruim e 31% nem um, nem outro. No entanto, somente 9% considera que é preciso rejeitá-lo.
Apesar de ser considerado por muitos no Reino Unido como uma vitória pessoal de Johnson, ele não escapou das críticas, especialmente dos pescadores britânicos. Eles afirmaram terem se sentido “traídos” e acusaram o governo de abandoná-los ao fim da negociação comercial, aceitando que os navios europeus pudessem pescar 75% do que pescam atualmente em suas águas, durante um período de transição de cinco anos e meio.O setor de serviços, por sua vez, especialmente o setor bancário, diz esperar para saber o impacto da separação.
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