O governo do presidente em fim de mandato dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou um desafio final contra as Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira (31), votando contra o orçamento da entidade, citando divergências sobre Israel e Irã, mas encontrou pouco apoio internacional.
Apenas Israel votou com os Estados Unidos, contra 167 votos favoráveis, o que permitiu à Assembleia Geral fechar o ano com a aprovação do orçamento da ONU para 2021 em 3,231 bilhões de dólares.
Kelly Craft, embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, afirmou que o orçamento financiaria a comemoração dos 20 anos da conferência de Durban sobre racismo, realizada na África do Sul em 2001, da qual o poder americano acabou se retirando em solidariedade a Israel devido ao que eles descreveram como uma fixação dos países de maioria muçulmana contra o Estado judeu.
Os Estados Unidos, maior financiador da ONU, “convocaram esta votação para deixar claro que defendemos nossos princípios, o que é correto, e não aceitamos consenso por consenso”, disse Craft na Assembleia Geral.
“Vinte anos depois, não sobrou nada da Declaração de Durban para celebrar ou apoiar. Está manchada com preconceitos antissemitas e anti-Israel”, acusou.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, criticou que a conferência de Durban "se tornará mais um encontro que demoniza o Estado judeu, será usada mais uma vez para nos difamar e espalhar falsas acusações de racismo contra a autodeterminação judaica".
A Assembleia Geral aprovou separadamente uma resolução apoiando o acompanhamento dos esforços da conferência de Durban. Por outro lado, Craft também reclamou da falta de apoio do órgão quando os Estados Unidos pediram a retomada das sanções contra o Irã em setembro.
"A América não precisa de 'cheerleaders' (animadores de torcida) para validar sua bússola moral", garantiu Craft. “Não encontramos garantias com base no número de nações que votam conosco, principalmente quando a maioria se encontra na desconfortável posição de encobrir terrorismo, caos e conflito”, acrescentou.
Craft afirmou, porém, que o voto dos Estados Unidos não alterará sua contribuição para a ONU, equivalente a 25% das despesas do órgão com a manutenção da paz.
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