Uma onda incontrolável de casos da covid-19 depois da descoberta de uma cepa mais infecciosa do novo coronavírus levou a Inglaterra a decidir pelo terceiro lockdown. “Temos que fazer mais, juntos, para pôr essa nova variante sob controle, enquanto distribuímos nossas vacinas (…) Portanto, devemos entrar em um confinamento nacional suficientemente rígido”, comunicou, ontem, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Um pouco antes, a Escócia havia anunciado medida semelhante.
Amanhã, os deputados retornarão de recesso e devem votar a medida, que, segundo Boris Johnson, entrará em vigor o “quanto antes”. Mas o premiê pediu à população que não espere o resultado do pleito e adote o confinamento total “desde já”. As restrições devem durar ao menos um mês — já que as expectativas são de que elas comecem a ser suspensas em meados de fevereiro. No caso da Escócia, as medidas anunciadas pela primeira-ministra, Nicola Sturgeon, vão durar “todo o mês de janeiro”.
Com mais de 75.400 mortes, o Reino Unido é um dos mais afetados na Europa pela covid-19 e vê os registros da doença dispararem. Ontem, havia 26.626 pacientes hospitalizados em razão da infecção pelo Sars-CoV-2 na Inglaterra, um aumento de 30% em relação à segunda-feira da semana passada. O recorde de internações na primeira onda da pandemia, na primavera do hemisfério norte, foi de 18.974.
Vacinas
Nesse cenário, as esperanças estão cada vez mais depositadas na campanha de imunização — reforçada, a partir de ontem, pelo uso da vacina da AstraZeneca/Oxford. Para Johnson, a distribuição da fórmula é uma “conquista fantástica” da ciência britânica. Desde o último dia 8, o Reino Unido vacinou 1 milhão de pessoas com a fórmula criada pela Pfizer/BioNTech. Agora, o país é o primeiro a ter duas fórmulas protetivas à disposição.
Para o ministro da Saúde, Matt Hancock, essa condição permitirá que eles “superem esse momento difícil nas próximas semanas e meses”. “As chances de que conseguiremos se aceleraram significativamente hoje (ontem) porque fomos capazes de ser o primeiro país do mundo a injetar essa nova vacina da AstraZeneca”, disse em entrevista à rádio BBC.
Extradição de Assange aos EUA é negada
A Justiça britânica rejeitou o pedido de extradição do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos. O país deseja julgá-lo por espionagem, devido à publicação de centenas de milhares de documentos confidenciais. Na sentença, a juíza Vanessa Baraitser escreveu que avalia que, com a extradição, “a saúde mental de Assange se deterioraria, motivando-o a cometer suicídio”. O Departamento de Justiça americano informou estar “extremamente decepcionado” com a decisão e que não desistirá do processo. A defesa de Assange, por sua vez, anunciou que solicitará a liberdade sob fiança em uma audiência prevista para hoje. Aos 49 anos, Assange está detido há 20 meses na penitenciária londrina de Belmarsh. Antes, ficou por sete anos, como refugiado, na embaixada do Equador no Reino Unido. Também ontem, o governo do México ofereceu asilo político ao australiano.
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