Pandemia

Províncias argentinas retomam restrições por aumento de casos de covid-19

Desde setembro, as restrições vêm sendo flexibilizadas, enquanto os casos foram se deslocando da capital e periferia para todas as províncias

Correio Braziliense
postado em 05/01/2021 17:56
 (crédito: JUAN MABROMATA / AFP)
(crédito: JUAN MABROMATA / AFP)

Várias províncias argentinas resolveram voltar a impor restrições à circulação da população a partir desta terça-feira (5) para conter os contágios de covid-19, que apresentaram um aumento sustentado nas últimas semanas em todo o território, informaram as autoridades.

Chaco, Formosa, La Pampa e Santiago del Estero anunciaram limitações à circulação noturna e restrição a atividades, enquanto a província de Buenos Aires, a mais populosa do país, impôs restrições em algumas cidades onde foram registrados focos de contágio.

Restrições localizadas também foram impostas nas províncias de Santa Fé e Corrientes. A Argentina registra 1.648.923 contágios de covid-19, com 43.634 falecidos, em uma população de 44 milhões. A progressão dos contágios está em aumento em todo o país. Nesta segunda, foram reportadas 8.222 novas infecções contra 5.884 no domingo e 5.240 no sábado.

As autoridades a atribuem aos encontros sociais por ocasião das festas de fim de ano, a um relaxamento das medidas de proteção e à proliferação de festas clandestinas, sobretudo em pontos turísticos, especialmente da costa atlântica de Buenos Aires, que iniciou em 1º de dezembro sua temporada de verão.

Também foram celebradas várias manifestações de rua multitudinárias, desde o funeral de Diego Maradona, em 26 de novembro, a marchas contra e a favor da lei que legalizou o aborto, aprovada pelo Congresso em 30 de dezembro.

"Nas nossas mãos" 

"Observamos um crescimento marcado e muito acelerado dos casos, primeiro na Cidade de Buenos Aires e depois na periferia e em toda a província", disse nesta terça, durante coletiva de imprensa, o governador provincial, Axel Kicillof.

A província de Buenos Aires, que concentra 40% da população argentina, recusou-se a impor um toque de recolher noturno ou fechamentos de centros turísticos.

"Há uma possibilidade de que isto seja um repique, consequência das comemorações das festas de fim de ano ou o início de uma segunda onda. Está nas nossas mãos", disse, apelando à responsabilidade social no cumprimento das medidas de prevenção.

"Se há mais relaxamento, teremos um crescimento inexorável dos casos e pode ser uma catástrofe", advertiu Kicillof, ao indicar que a província passou de uma média de 1.000 casos diários para 3.000.

Devido ao aumento de casos, La Pampa proibiu a circulação noturna em seu território e limitou atividades até pelo menos 18 de janeiro. Chaco decretou "alarme sanitário" até 21 de janeiro, razão pela qual está proibida a permanência em espaços públicos além das 22h. Medidas similares vigoram em Formosa.

A Argentina esteve em confinamento por vários meses a partir de 20 de março. Desde setembro, as restrições vêm sendo flexibilizadas, enquanto os casos foram se deslocando da capital e periferia para todas as províncias.

"Se quisermos mudar esta situação, temos que reduzir o grau de contato, não há outra saída até que tenhamos um percentual maior de imunizados com a vacina", reforçou o governador Kicillof.

A Argentina iniciou em 29 de dezembro uma campanha nacional de imunização contra a covid-19 com a vacina Sputnik V, do laboratório russo Gamaleya, que enviou ao país uma primeira remessa de 300.000 doses, aplicadas no pessoal sanitário. Espera-se que no fim de janeiro o país tenha à disposição 1,5 milhão de doses adicionais.

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