ESTADOS UNIDOS

Suspense ronda o poder militar de Trump

Correio Braziliense
postado em 09/01/2021 21:33
 (crédito: Olivier Douliery/AFP - 31/3/19)
(crédito: Olivier Douliery/AFP - 31/3/19)

Os olhos dos EUA e do mundo se voltarão a Washington pelos próximos dez dias. Existe o temor de que, isolado e sob risco de destituição, o presidente Donald Trump tome medida extrema para frustrar os planos do democrata, Joe Biden, de ser empossado em 20 de janeiro. O site The Hill informou que o papel do vice, Mike Pence, em enviar a Guarda Nacional para conter a invasão ao Capitólio, na última quarta-feira, sugere ruptura da cadeia de comando. Trump mantém os poderes de lançar um ataque nuclear e de convocar tropas para controlar distúrbios. As preocupações com a segurança nacional têm ampliado o escopo de lideranças políticas que defendem a imediata remoção de Trump.

O jornal The New York Times divulgou, na quarta-feira, que foi Pence, e não Trump, quem ordenou a mobilização da Guarda Nacional. “Dado o imenso poder do cargo de presidente dos EUA, incluindo o comando das forças armadas mais poderosas do mundo, a capacidade de Trump de causar danos ainda maiores aos EUA e ao mundo permanece”, advertiu o general John Allen, ex-chefe das tropas no Afeganistão, na revista Foreign Policy. “Após os eventos de 6 de janeiro, ele deve ser afastado do poder investido de comandante-chefe da nação.”

Na sexta-feira, o Twitter bloqueou permanentemente a conta de Trump, que reunia 88 milhões de seguidores. O republicano acusou a rede social de atuar “de modo coordenado com os democratas e a esquerda radical”. Algumas das publicações na conta de Trump indicariam planos de desestabilização no país. Amanhã, os democratas deverão apresentar ao Comitê Judiciário da Câmara os artigos de impeachment. A expectativa é de que a votação na Câmara ocorra nesta semana.


Polêmica sobre controle nuclear

Um ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos pediu ao presidente eleito, Joe Biden, que reforme o sistema que confere controle exclusivo do arsenal nuclear do país ao presidente. William Perry classificou o sistema de “desatualizado, desnecessário e extremamente perigoso”. O pedido veio no mesmo dia que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, conversou com o principal líder militar do país sobre como garantir que um “desequilibrado” Donald Trump não seja capaz de lançar um ataque nuclear em seus últimos dias no cargo. “Uma vez no cargo, Biden deveria anunciar que dividirá a autoridade para usar armas nucleares com um grupo seleto no Congresso”, cogitou Perry em artigo escrito para a revista Politico. Os presidentes americanos são acompanhados o tempo todo por um assessor militar que carrega uma pasta (foto) com os códigos secretos e as informações necessárias para lançar um ataque nuclear.

 

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