Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio negaram que esteja marcada uma reunião para fevereiro sobre um eventual cancelamento deste evento esportivo previsto para julho deste ano.
As Olimpíadas seriam em 2020, mas foram adiadas pela pandemia da covid-19.
São "informações falsas", afirmou o diretor-geral do comitê organizador, Toshiro Muto, referindo-se às especulações da imprensa japonesa.
Segundo os jornais locais, o Comitê Olímpico Internacional (COI) deve discutir em fevereiro se os Jogos Olímpicos serão realizados, ou não.
"Quando esse tipo de informação vem à tona, algumas pessoas podem ficar preocupadas", afirmou Muto. "Quero dizer que não pensamos assim, de forma alguma, e que essas matérias são falsas", acrescentou.
Citado pela agência de notícias Kyodo, o presidente do comitê organizador, Yoshiro Mori, estimou que é "absolutamente impossível" adiar os Jogos após os grandes investimentos, principalmente no aspecto humano, realizados até agora.
Mori afirmou que o Japão deve determinar, em função da evolução da pandemia, se aceitará espectadores estrangeiros nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
"Deveremos tomar uma decisão difícil entre fevereiro e março", completou.
Muto minimizou, por sua vez, a pesquisa publicada no domingo que mencionava uma queda do apoio da opinião pública à realização dos Jogos Olímpicos.
Na semana passada, o Japão declarou estado de emergência em Tóquio e suas regiões limítrofes, devido ao aumento dos casos de covid-19. A medida reforça o ceticismo da opinião pública em relação aos Jogos Olímpicos.
Ceticismo
Na pesquisa da Kyodo, 45% dos entrevistados se manifestaram favoráveis a um novo adiamento dos Jogos, e 35%, que sejam definitivamente anulados.
"O número de pessoas que pede o adiamento dos Jogos cresceu muito, mas isso significa que essas pessoas ainda querem que os jogos aconteçam", disse Muto.
"Obviamente, para que aconteçam, nós devemos garantir que organizaremos Jogos seguros com medidas contra o vírus", frisou.
O grande remador britânico Matthew Pinsent, quatro vezes campeão olímpico, pediu na segunda-feira o adiamento dos Jogos Olímpicos de verão, para realizar os de Tóquio em 2024; os de Paris, em 2028; e os de Los Angeles, em 2032.
O novo estado de emergência para Tóquio e sua grande periferia tem a duração inicial de um mês. Este dispositivo consiste, principalmente, em pedir a bares e restaurantes que fechem às 20h, estimular as empresas a recorrerem ao trabalho remoto e que a população evite deslocamentos não essenciais à noite.
Este estado de emergência pode ser prolongado a partir desta semana para regiões do oeste do país, segundo a imprensa local.
Os eventos esportivos continuam mantidos sob o estado de emergência, mas o número de espectadores está limitado a 50% da capacidade de cada local, e não deve ultrapassar as 5.000 pessoas.
Duas partidas do primeiro dia do campeonato nacional de rúgbi foram anuladas após uma quarentena por casos de infecção em quatro equipes.
O Japão deve começar as vacinações contra a covid-19 depois do final de fevereiro.
O primeiro-ministro Yoshihide Suga se reuniu nesta terça-feira (12) com o milionário e filantropo americano Bill Gates. De acordo com a mídia japonesa, os dois concordaram sobre a importância de facilitar a vacinação também nos países emergentes, com vistas principalmente aos Jogos de Tóquio.
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