Pelo menos 57 pessoas morreram em bombardeios conduzidos nesta quarta-feira (13) pela aviação israelense contra depósitos de armas e posições militares no leste da Síria, nos ataques mais mortíferos desde 2018.
A aviação israelense realizou pelo menos 18 incursões contra alvos em torno da cidade de Deir Ezzor e nos desertos de Bukamal e Mayadin, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Esses ataques mataram pelo menos 14 soldados do Exército sírio e 43 combatentes estrangeiros ligados a milícias pró-iranianas, segundo o novo balanço fornecido à AFP pelo diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Os paramilitares pertencem ao movimento libanês Hezbollah e às Brigadas Fatimid, que têm combatentes afegãos pró-iranianos, operando na região, segundo o OSDH.
Já na terça-feira, aviões não identificados realizaram vários bombardeios na região de Bukamal, matando 12 combatentes de milícias pró-Irã, de acordo com a ONG. Até o momento, o Exército israelense não comentou os acontecimentos.
Segundo Rami Abdul Rahman, esses são os "ataques israelenses mais mortíferos desde junho de 2018", quando bombardeios nesta mesma região mataram pelo menos 55 combatentes pró-governo, entre iraquianos e sírios.
Em novembro, ataques semelhantes no leste da Síria mataram pelo menos 19 entre as milícias pró-Irã, de acordo com a ONG.
Por sua vez, a agência oficial síria SANA informou de bombardeios israelenses noturnos no leste do paós, sem oferecer mais detalhes.
"Às 1h10 da madrugada, o inimigo israelense realizou uma agressão aérea contra a cidade de Deir Ezzor e a região de Abu Kamal", informou o veículo, citando uma fonte militar. "Atualmente, estamos determinando as consequências da agressão", acrescentou.
Esta é a segunda rodada de bombardeios de Israel em menos de uma semana na Síria. A última foi no dia 7 de janeiro e visou posições no sul do país e ao sul de Damasco, a capital, onde três combatentes pró-iranianos foram mortos.
Em 2020, Israel bombardeou 50 alvos na Síria, de acordo com um relatório anual divulgado no final de dezembro pelos militares israelenses.
Desde o início da guerra na Síria em 2011, Israel realizou centenas de bombardeios contra tropas do governo, forças aliadas iranianas e militantes do Hezbollah.
Esses ataques representam uma "política clara" para Israel, declarou o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, em novembro.
O Estado hebraico está preocupado com a presença de forças iranianas perto de suas fronteiras, já que a República Islâmica é um de seus maiores inimigos. A guerra na Síria já causou mais de 380.000 mortos e forçou milhões de pessoas a abandonar seus lares.
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