Mumbai, Índia - Cinco pessoas morreram em um incêndio, nesta quinta-feira (21), no Serum Institute of India, o maior fabricante mundial de vacinas, sem que o incidente tenha afetado sua produção em alta velocidade de vacinas contra a covid-19, de acordo com a empresa.
"Cinco pessoas morreram", anunciou o prefeito da cidade de Pune (oeste da índia), Murlidhar Mohol, a repórteres após o incêndio.
"Estamos profundamente tristes e oferecemos nossas mais profundas condolências aos familiares dos que partiram", tuitou Adar Poonawalla, CEO da empresa, sem oferecer mais detalhes.
As equipes de resgate encontraram cinco corpos num prédio em construção depois que o incêndio foi controlado, informou a imprensa local.
A televisão indiana exibiu imagens de uma enorme nuvem de fumaça cinza acima das instalações do SII em Pune, onde milhões de doses da vacina contra a covid-19 Covishield, desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, são produzidas.
O fabricante garantiu, porém, que sua produção de vacinas contra a covid-19 não foi afetada. "A unidade de produção de vacina não foi atingida", garantiu uma fonte do SII à AFP, acrescentando que o incêndio começou em uma nova fábrica em construção.
O local do incêndio fica a uma curta distância de carro da unidade onde as vacinas contra o coronavírus são produzidas, enquanto o complexo da SII se estende por mais de 40 hectares.
Oito ou nove edifícios estão em construção no complexo para melhorar a capacidade de produção, de acordo com a emissora NDTV.
Um oficial dos bombeiros disse a repórteres que "mais três ou quatro pessoas estavam dentro" do prédio quando o incêndio começou, mas que todas estavam seguras.
Ele acrescentou que o incêndio já estava sob controle, enquanto um policial disse que a origem do fogo ainda não foi determinada.
"Farmácia do mundo"
O Serum Institute of India, fundado em 1966 por Cyrus Poonawalla, é o maior fabricante mundial de vacinas em volume, que já produzia 1,5 bilhão de doses por ano antes da pandemia de covid-19.
A empresa fabrica vacinas contra poliomielite, difteria, tétano, hepatite B, sarampo, caxumba e rubéola. Essas vacinas são exportadas para mais de 170 países.
A empresa gastou quase um bilhão de dólares nos últimos anos para expandir e melhorar seu gigantesco complexo em Pune.
Em janeiro, as autoridades regulatórias indianas aprovaram duas vacinas: Covishield, produzida pelo Serum Institute, e a Covaxin, fabricada pela Bharat Biotech.
O imenso país de 1,3 bilhão de habitantes iniciou no sábado uma das campanhas mais ambiciosas do mundo, com o objetivo de imunizar 300 milhões de pessoas até julho.
Mas muitos outros países também dependem do SII para o fornecimento de vacinas.
A Índia enviou na quarta milhares de doses de seus primeiros lotes da vacina contra a covid-19 para as Maldivas e o Butão. Bangladesh recebeu dois milhões de doses nesta quinta, também ofertadas, e então será a vez do Nepal, Mianmar e Seychelles.
A Índia planeja doar cerca de 20 milhões de doses aos seus vizinhos, informou a agência Bloomberg na semana passada.
Sri Lanka, Afeganistão e Maurício, bem como Brasil e África do Sul serão os próximos na longa lista de países que aguardam a vacina.
"A farmácia mundial vai aceitar o desafio da covid", disse o ministro indiano das Relações Exteriores, S. Jaishankar, em sua conta no Twitter.
Além disso, o SII planeja fornecer 200 milhões de doses dentro da estrutura Covax, o dispositivo colaborativo contra a pandemia, co-dirigido pela Organização Mundial da Saúde e destinado a distribuir a vacina para países pobres.
A Índia é o segundo país mais afetado - depois dos Estados Unidos - pela covid-19, com mais de 10 milhões de casos relatados, embora a taxa de mortalidade seja uma das mais baixas do mundo.
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