estudo

Jesuítas espanhóis admitem 81 casos de pedofilia desde 1927

No estudo, fruto de dois anos de investigações, consideram abuso sexual a linguagem imprópria ou as provocações, os toques e as relações sexuais

Correio Braziliense
postado em 21/01/2021 22:46
 (crédito: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)
(crédito: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)

Os jesuítas espanhóis apresentaram nesta quinta-feira (21) um estudo em que admitem 81 casos de abusos sexuais contra menores e outros 37 contra adultos, cometidos por membros da ordem entre 1927 e a atualidade.

"Sentimos vergonha, dor e pesar", disse durante a apresentação da investigação, em Madri, o provincial na Espanha da Companhia de Jesus, Antonio España.

No estudo, fruto de dois anos de investigações, consideram abuso sexual a linguagem imprópria ou as provocações, os toques e as relações sexuais. Segundo eles, "a maior parte dos casos" se referem a toques.

Mais da metade dos episódios de pedofilia ocorreram em escolas ou internatos, segundo o informe.

No total, a companhia identificou 96 responsáveis, dos quais 71 morreram e os demais foram expulsos, suspensos de seus trabalhos ou afastados do contato com menores.

No estudo, ressaltam que "os acusados em algum momento de abusos ou conduta imprópria" representam 1,08% do total de seus membros na Espanha desde 1927.

Recentemente, a congregação dos Maristas na Espanha reconheceu 25 vítimas de pedofilia em atos praticados por ex-professores nas escolas da irmandade.

Nos últimos anos, a Igreja Católica foi sacudida por vários escândalos de abusos sexuais cometidos por sacerdotes, também na Espanha, onde predominava um véu de silêncio sobre a questão.

O papa Francisco, que é jesuíta, tomou medidas para lutar contra o silêncio que cerca a pedofilia na Igreja. Em 2019, adotou uma medida histórica que obriga o clero a apontar qualquer abuso sexual.

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