Pandemia

Biden aumenta ajuda diante de crise alimentar que afeta milhões nos EUA

Biden anunciou dois planos emergenciais: um para alimentar desempregados e o outro para garantir direitos sociais de trabalhadores federais

Agência France-Presse
postado em 22/01/2021 08:57 / atualizado em 22/01/2021 08:58
 (crédito: Patrick Semansky/Pool/AFP)
(crédito: Patrick Semansky/Pool/AFP)

Washington, EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfrentará nesta sexta-feira (22/1) um dos efeitos mais visíveis da crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus com a assinatura de um decreto para aumentar a ajuda alimentar a milhões de americanos.

O presidente democrata tomará essa iniciativa enquanto aguarda o Congresso votar o gigantesco plano de ajuda emergencial de US$ 1,9 trilhão para a economia apresentado na semana passada.

Serão dois decretos, o primeiro para aumentar a ajuda alimentar aos milhões de desempregados e aqueles que recorrem aos bancos alimentares, e o segundo para fortalecer os direitos sociais dos trabalhadores federais.

Dois dias após sua posse, o novo presidente dos Estados Unidos continua listando suas prioridades. Em três dias, terá assinado quase trinta decretos.

"Quase 30 milhões de americanos sofrem por não ter o suficiente para comer", disse Brian Deese, diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, em coletiva virtual com repórteres.

"Isso inclui um em cada cinco adultos negros e latinos, de acordo com a pesquisa mais recente", acrescentou ele, observando que um total de um em sete lares tem dificuldade para comer adequadamente.

Em um país onde as escolas fornecem refeições diárias para alunos de famílias pobres, cerca de 12 milhões de crianças também não têm o suficiente para comer.

As filas nos refeitórios populares aumentaram e os bancos de alimentos estão lotados, mesmo nos bairros ricos de Washington.

Biden vai pedir ao Departamento de Agricultura para expandir e relaxar seu programa para famílias e indivíduos de baixa e sem renda, conhecido como SNAP.

Também quer aumentar em 15% a quantidade de dinheiro que o governo deposita nos cartões eletrônicos EBT (Electronic Benefit Transfer) "para refletir corretamente o custo das refeições perdidas" devido ao fechamento de escolas. Atualmente, o valor é de até US$ 5,7 por dia por criança em idade escolar.

- "Ajuda insuficiente" -
"Essas são ações concretas e vão ajudar as famílias que precisam de assistência imediata", comentou Deese.

"Mas não são suficientes para resolver a crise alimentar que enfrentamos", admitiu.

"Daí a necessidade de um plano de resgate para a economia", cujas negociações começarão em breve no Congresso, acrescentou.

O governo Biden também quer garantir que a ajuda direta já aprovada pelo Congresso chegue às famílias que mais precisam.

De acordo com o Conselho Econômico Nacional, "muitos americanos tiveram problemas para receber a primeira parcela de pagamentos diretos e até oito milhões de famílias elegíveis não receberam".

O segundo decreto visa melhorar os direitos sociais dos funcionários federais.

Biden quer emitir uma ordem executiva "dentro dos primeiros 100 dias" de seu mandato exigindo que empresas terceirizadas paguem pelo menos US$ 15 por hora e garantam a seus trabalhadores uma "licença de emergência remunerada".

"Essas medidas ajudarão a tornar o governo federal um empregador modelo e a restaurar as proteções sociais para funcionários de carreira que são tão essenciais para o país", disse o Conselho Econômico Nacional em nota.

Biden já havia assinado uma ordem executiva para estender a moratória sobre despejos de residências com aluguel não pago.

Cerca de 18 milhões de americanos vivem atualmente com seguro-desemprego. Esse subsídio foi prorrogado até o final de setembro, bem como a possibilidade de licença-saúde remunerada em caso de contágio por covid-19.

O desemprego era de 6,7% em dezembro, muito longe dos 3,5% de um ano atrás, antes do início da pandemia.

O presidente emitiu uma série de ordens executivas na quinta-feira para lidar com a pandemia.

Derrotar a covid-19 é a condição necessária para a recuperação econômica, insiste o democrata há meses.

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