Os democratas apresentam ao Senado nesta segunda-feira (25) a acusação contra Donald Trump, na abertura formal do segundo julgamento político contra o ex-presidente dos Estados Unidos, acusado de "incitar a insurgência" durante o ataque contra o Capitólio.
Menos de uma semana depois de deixar a Casa Branca, o magnata republicano está mais uma vez no centro das notícias em Washington enquanto seu sucessor, o democrata Joe Biden, assina dezenas de decretos em uma tentativa de restaurar a maior economia do mundo e lutar contra a pandemia de coronavírus.
Acusado de "incitar a insurgência" pela Câmara de Representantes em 13 de janeiro, Trump se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a enfrentar impeachment em duas ocasiões. Agora será o primeiro a enfrentar o impeachment após deixar o cargo. A abertura formal do julgamento será marcada na noite de segunda-feira por uma cerimônia solene.
Por volta das 19h (21h de Brasília), os "promotores" da Câmara de Representantes apresentarão no Senado a acusação contra Trump de ter incitado seus partidários a invadir a sede do Congresso em 6 de janeiro, enquanto parlamentares certificavam a vitória de seu adversário nas eleições presidenciais.
O ataque, que deixou cinco mortos, chocou os Estados Unidos e levou muitos republicanos a denunciarem o comportamento do tempestuoso bilionário. Mas uma condenação no Senado parece improvável nesta fase, já que o magnata tem muitos apoiadores.
Após a apresentação da acusação, os senadores, que serão jurados, serão empossados na terça-feira. O julgamento em si só começará em 9 de fevereiro.
Confirmação de Yellen
Esse atraso permitirá que vários membros do gabinete de Biden sejam confirmados pelo Senado nesse meio tempo. Na tarde de hoje, o Senado deve aprovar a nomeação de Janet Yellen como secretária do Tesouro.
A votação de confirmação para o futuro chefe da diplomacia, Antony Blinken, ainda não está marcada, mas estima-se que seja esta semana. Biden também espera usar essas duas semanas para pressionar o Congresso por várias medidas importantes.
No entanto, a principal de suas propostas, um plano de 1,9 trilhão de dólares para impulsionar a economia e combater a pandemia, pode ser difícil de ser aprovada como está, dependendo da oposição dos republicanos.
Desde quarta-feira, os democratas assumiram o controle do Senado. A Câmara de Representantes já era dominada por eles.
Na Câmara alta, passam a ter 50 cadeiras, o mesmo número dos republicanos, com a diferença de que, em caso de empate na votação, a nova vice-presidente Kamala Harris tem voto decisivo.
Sessenta votos são necessários para aprovar as principais reformas. Dois terços do Senado devem condenar Donald Trump, o que significa que para isso os democratas devem obter o apoio de 17 republicanos.
Um placar difícil, ainda que o influente líder da minoria, Mitch McConnell, não tenha descartado a condenação de Trump.
"Acho esse julgamento estúpido. Acho que vai ser contraproducente", afirmou o senador republicano Marco Rubio ao Fox Sunday.
"O país já está pegando fogo, é como jogar gasolina." Muitos senadores republicanos consideram inconstitucional sujeitar um ex-presidente ao impeachment. Outros apoiam esse procedimento.
"Se quisermos que este país se una, é importante reconhecer que é preciso responsabilidade, verdade e justiça", disse Mitt Romney no domingo à Fox.
O ex-candidato presidencial foi o único senador republicano a condenar Trump no primeiro julgamento de impeachment, em fevereiro de 2020.
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