Pandemia

Variante britânica do coronavírus se espalha rapidamente pelos EUA, segundo estudo

Um grupo de cientistas liderado por especialistas do Scripps Research Institute analisou um milhão de amostras coletadas em todo o país desde o verão passado

Agência France-Presse
postado em 08/02/2021 15:14
 (crédito: Mario Tama/AFP)
(crédito: Mario Tama/AFP)

Uma variante do coronavírus detectada pela primeira vez na Inglaterra está se espalhando rapidamente nos Estados Unidos, ameaçando um aumento nas infecções em um momento em que sua prevalência já dobra aproximadamente a cada 10 dias, indicou uma nova pesquisa.

O estudo, postado na internet no domingo e ainda sem revisão por outros cientistas, oferece, no entanto, uma visão ampla da variante do coronavírus chamada B.1.1.7 no país mais atingido pela pandemia em termos absolutos.

Um grupo de cientistas liderado por especialistas do Scripps Research Institute analisou um milhão de amostras coletadas em todo o país desde o verão passado.

Em vez de sequenciar individualmente todas as amostras, eles foram capazes de identificar uma anomalia particular, um "proxy confiável", para B.1.1.7.

Eles também analisaram a sequência genética completa, processo que leva mais tempo, em 212 amostras.

Conseguiram determinar que a variante foi introduzida em vários pontos no país em novembro de 2020 e, embora mantenha uma baixa incidência, espera-se que seja a cepa dominante no mês de março.

A equipe de pesquisa indicou que a taxa de infecção é pelo menos 35-45% maior do que as cepas mais comuns, e sua prevalência dobra a cada semana e meia.

O Reino Unido sofreu ondas devastadoras de contágio depois que B.1.1.7 se tornou a cepa dominante. A variante também impactou vários países europeus, incluindo Irlanda e Portugal.

"B.1.1.7 é muito mais contagioso, então pode rapidamente dominar um país", disse Ashish Jha, reitor da Escola de Saúde Pública da Universidade Brown, após a publicação do estudo.

A Irlanda tinha a epidemia sob controle no final de 2020, mas em janeiro a variante B.1.1.7 desencadeou uma onda exponencial de infecções da qual só agora está se recuperando.

Estados Unidos é o país mais afetado em termos absolutos, com mais de 27 milhões de casos confirmados e 460.000 mortes, embora o último impulso tenha atingido seu pico por volta de 8 de janeiro e, desde então, a taxa de infecções vem diminuindo.

Há temores de que B.1.1.7 desencadeie uma nova onda, à medida que se espalha rapidamente na Flórida, de acordo com a pesquisa, cujos autores recomendam que Estados Unidos desenvolva um sistema de vigilância genômica da covid-19.

As vacinas são eficazes contra a variante, enquanto o uso de máscara reduz drasticamente o contágio.

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