Enquanto travava um duelo acirrado pela vaga no segundo turno das eleições presidenciais do Equador, o líder indígena esquerdista Yaku Pérez denunciava uma suposta tentativa de fraude para evitar sua permanência na disputa, em 11 de abril. “Uma fraude está sendo conspirada (...) para nos impedir de chegar ao segundo turno”, disse a jornalistas. Até o fechamento desta edição, o candidato do movimento indígena, de 51 anos, lutava voto por voto para chegar ao próximo turno com o ex-banqueiro de direita Guillermo Lasso. Um dos dois enfrentará Andrés Arauz, afilhado político do ex-presidente Rafael Correa. Com 98,42% dos votos apurados, Pérez tinha 19,87% dos votos, enquanto Lasso contabilizava 19,59%. As pesquisas de boca de urna divulgadas, na noite de domingo, colocavam Lasso no segundo turno, com entre 20,99% e 21,7%¨.
Pérez afirmou que seus votos foram transferidos para outros candidatos em 15 pontos percentuais. Nenhuma autoridade comprovou as irregularidades apontadas pelo candidato. Mesmo assim, o candidato indígena apontou suas suspeitas de fraude contra Lasso e seus aliados, e contra Correa. “Ele tem pânico de nós entrarmos no segundo turno”, disse, referindo-se ao ex-presidente. Uma revisão de 13,96% dos registros eleitorais, em busca de inconsistências, por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), atrasou a apuração.
“Nós ganhamos, eles têm medo de nós. Sabem que vamos derrotá-los, pois sou o único que pode derrotá-los com votos e sem violência. Você tanto nos teme, Rafael Correa, que inventa números para justificar irregularidades?”, escreveu Pérez no Twitter.
Abertura
Diante das irregularidades que denuncia, Pérez propôs a abertura das urnas nas três províncias com maior eleitorado, incluindo Pichincha, cuja capital é Quito. “A única maneira de mostrar isso é simples: abrir as urnas”, disse ele. A missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) apelou à população a “aguardar com calma os resultados, que os atores políticos se comportem com responsabilidade e a CNE a dar garantias de transparência, certeza e segurança jurídica a todos os envolvidos no processo”.
Ele acrescentou que “as informações oficiais mostram fortemente a necessidade de um segundo turno eleitoral, com um candidato claro em primeiro lugar e uma estreita margem entre os candidatos que ocupam o segundo e o terceiro lugar”.
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