Londres anunciou nesta terça-feira (9) mais medidas rígidas de controle sobre os turistas, com altas multas e até prisão para os infratores, em um esforço para conter a importação de novas cepas de coronavírus possivelmente menos sensíveis às vacinas atuais.
País mais atingido na Europa pela pandemia, com 113.000 mortes confirmadas pela covid-19, o Reino Unido encontra-se confinado pela terceira vez após a descoberta em dezembro de uma nova cepa, mais contagiosa, no sul da Inglaterra que causou um aumento no número de casos.
O Executivo de Boris Johnson está especialmente preocupado com a possível importação das variantes resistentes à vacina, principalmente depois que um estudo mostrou que a desenvolvida pela AstraZeneca/Oxford tem pouca eficácia em adultos jovens contra as formas leves da covid-19 causadas pela cepa sul-africana.
Assim, depois de ter proibido chegadas de mais de 30 países em meados de janeiro - cuja "lista vermelha" inclui toda a América do Sul, Panamá e Portugal, entre outros - a partir da próxima segunda-feira novas medidas serão impostas para o resto dos países do mundo.
Todos os viajantes que chegarem à Inglaterra terão que se submeter a dois testes de PCR para a detecção da covid-19, no segundo e no oitavo dias durante uma quarentena obrigatória de 10 dias após a chegada, anunciou o ministro da Saúde, Matt Hancock, ao Parlamento.
Os que chegam ao país terão que pagar pelos testes do próprio bolso - o preço mínimo no Reino Unido é em torno de 120 libras por teste - e cada positivo adicionará mais 10 dias à quarentena.
Isso se soma à atual exigência de que todos os viajantes que se dirigem para o Reino Unido apresentem um teste da covid-19 negativo feito no máximo 72 horas antes do embarque.
- 1.750 libras de hotel -
Além disso, os residentes britânicos ou legais do Reino Unido retornando de um país da "lista vermelha", que não podem ser barrados, terão que ficar em quarentena em um dos vários hotéis designados pelo governo e pagar uma conta de 1.750 libras individualmente.
Para garantir que essas normas sejam cumpridas, Hancock anunciou que qualquer pessoa que se recusar a fazer o teste de PCR corre o risco de uma multa entre 1.000 e 2.000 libras, enquanto aqueles que não respeitarem a quarentena terão que pagar entre 5.000 e 10.000 libras.
Por sua vez, os viajantes que mentirem sobre ter estado em um país da "lista vermelha" 10 dias antes da viagem podem pegar até 10 anos de prisão.
"Pessoas que quebram essas regras nos colocam em perigo", ressaltou o ministro.
"Fortalecer nosso regime de testes para incluir todos que chegam isolados nos dará um nível adicional de proteção e nos dará mais oportunidades de detectar novas variantes", conforme um porta-voz do Departamento de Saúde havia explicado anteriormente.
Para suspender o confinamento, com consequências econômicas e sociais muito pesadas, o governo Johnson reúne todas as suas esperanças na campanha de vacinação em massa lançada em 8 de dezembro.
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