Londres, Reino Unido - O laboratório britânico AstraZeneca anunciou nesta quinta-feira (11/2) que o seu lucro líquido em 2020 mais que dobrou em relação ao ano anterior, situando-se em US$ 3,2 bilhões, em um ano marcado pela pandemia contra a qual o grupo farmacêutico desenvolveu uma vacina com a Universidade de Oxford.
As vendas também aumentaram fortemente, em 9%, para US$ 26,6 bilhões em um ano, impulsionadas por novos medicamentos, forte demanda por produtos contra doenças geradas pelo vírus, contra asma, por exemplo.
E isso apesar da queda na receita de outros produtos cuja distribuição aos pacientes foi retardada pela pandemia, principalmente na área de oncologia, por conta de tratamentos adiados para dar prioridade aos atendimentos da covid-19.
O grupo também registrou aumento em seus custos, principalmente logísticos, e de equipamentos em decorrência da pandemia. "Os sucessos em nossos medicamentos em desenvolvimento, a aceleração de nosso desempenho comercial e o progresso da vacina a covid-19 mostram o que podemos alcançar", enquanto a proposta de US$ 39 bilhões para a aquisição da Alexion "visa acelerar nosso desenvolvimento comercial e científico", comentou Pascal Soriot, diretor-geral do grupo.
AstraZeneca prevê de 1% a 4% de aumento das vendas e lucro "acelerando" no próximo ano, mas ressalta que essas projeções não levam em consideração as vendas de vacinas contra o vírus, para as quais divulgará resultados a parte no próximo trimestre.
O grupo lembra ter recebido, em dezembro, autorização emergencial para iniciar a distribuição de sua vacina no Reino Unido, seguido por Índia, Argentina, México, Marrocos e agência europeia de medicamentos. Também enfatiza ter iniciado estudos de fase 3 para um medicamento baseado em anticorpos contra a covid-19. A AstraZeneca "prometeu acesso a 170 milhões de doses da vacina em 190 países".
O imunizante rendeu ao laboratório elogios iniciais da comunidade internacional, que conta com as vacinas para tentar virar a página da pandemia, mas atrasos nas entregas na Europa e dúvidas sobre sua eficácia em pessoas com mais de 65 anos geraram polêmica.
Além disso, no domingo, a África do Sul informou que um estudo mencionava a eficácia "limitada" dessa vacina contra a variante detectada no país, considerada mais contagiosa e em grande parte responsável pela segunda onda da epidemia na região.
Contudo, na quarta, um grupo de especialistas da OMS emitiu recomendações provisórias indicando que o imunizante é eficaz em pessoas idosas e também onde estão circulando variantes preocupantes do vírus.
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