Os Estados Unidos pediram nesta segunda-feira (22/2) ao Irã que se submeta "completamente" à verificação do seu programa nuclear e expressou preocupação sobre o acordo temporário que Teerã alcançou com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, elogiou a missão do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, no Irã, "ao mesmo tempo em que também reiteramos nosso chamado ao Irã para que cumpra plenamente seus compromissos sobre verificação e outros sobre a não proliferação nuclear".
"É claro que estamos preocupados em saber que o Irã pretende interromper a implementação do protocolo adicional e outras medidas esta semana", admitiu a repórteres.
Grossi visitou Teerã para discutir o prazo imposto pelo Parlamento iraniano para deixar de cumprir o chamado protocolo adicional sobre as inspeções da AIEA em suas instalações nucleares, a menos que os Estados Unidos suspendam as sanções impostas durante o governo de Donald Trump.
Sob um acordo alcançado por Grossi, o Irã permitirá que inspetores da AIEA visitem suas usinas nucleares declaradas, mas suspenderá temporariamente "medidas voluntárias de transparência".
A missão de Grossi veio depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se ofereceu na semana passada para falar com o Irã sob a égide da União Europeia, em um esforço para recolocar em prática um acordo nuclear que foi abandonado por Trump.
Price criticou o alerta do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, de que o Irã poderia enriquecer urânio até 60%, bem acima do nível atual, mas ainda abaixo do necessário para produzir uma bomba atômica.
"Estamos preocupados com o fato de que, com o tempo, o Irã se afastou de seus compromissos no acordo. Isso, é claro, começou muito antes deste governo", lembrou Price.
“Agora existe uma proposta em cima da mesa”, acrescentou. "Se o Irã retornar ao cumprimento total, estaremos preparados para fazer o mesmo."
"Certamente esperamos que os iranianos tenham vontade de fazê-lo."
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