A criação de um dólar digital poderia ser benéfica para a economia dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira (22/2) a secretária do Tesouro, Janet Yellen, que também considerou o bitcoin "extremamente ineficiente".
"Sei que o Federal Reserve o estuda", disse Yellen em alusão ao BC americano em entrevista ao The New York Times.
As moedas digitais estão em plataformas eletrônicas, sem que seja necessário ter conta bancária, e são aceitas como forma de pagamento pelas empresas.
Para a titular do Tesouro, "há muito a considerar no tema da proteção dos consumidores, mas vale a pena examiná-lo".
"Temos um problema de inclusão financeira. Muitos americanos não têm realmente acesso a sistemas de pagamento fáceis, vinculados a suas contas bancárias. Penso que um dólar digital, uma moeda digital do banco central, poderia ajudar" a melhorar sua situação, indicou.
"Isso poderia levar a pagamentos mais rápidos, mais seguros e menos caros. São, na minha opinião, objetivos importantes", indicou a ex-presidente do Fed.
Surgem, no entanto, interrogações sobre o desenvolvimento de uma criptomoeda pelos Estados Unidos: "Qual seria o impacto no sistema bancário? Provocaria uma enorme saída de depósitos dos bancos e para o Fed? O Fed estará diretamente vinculado a clientes particulares? Há problemas de estabilidade financeira? Como poderíamos gerenciar os problemas de lavagem de dinheiro e financiamento ilícito?", enumerou.
Na Europa, um euro digital deverá estar em circulação em cinco anos, disse em janeiro a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.
Yellen, por outro lado, considerou "extremamente ineficiente" o bitcoin, que é frequentemente utilizado "para finanças ilícitas".
"É um ativo altamente especulativo", acrescentou. "Me preocupam as perdas potenciais que os investidores poderiam ter".
Depois das declarações de Yellen, o bitcoin, que no domingo alcançou um novo recorde, de mais de 58.000 dólares, se mantinha nesta segunda por volta de 52.700 (-9%).
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