Estudo

Casos de pedofilia quadruplicaram em uma década na Espanha

O número de casos de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes relatados à fundação ANAR, que ajuda crianças em risco, subiu para 1.093 em 2020, em comparação com 275 relatados em 2008

Agência France-Presse
postado em 23/02/2021 14:11
 (crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)
(crédito: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)

Os casos de abuso sexual contra crianças quadruplicaram na última década na Espanha, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira (23), cujos autores alertam que a Internet deixou os menores de idade mais vulneráveis à exploração.

O número de casos de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes relatados à fundação ANAR, que ajuda crianças em risco, subiu para 1.093 em 2020, em comparação com 275 relatados em 2008, aponta o relatório.

A organização, que também inclui em sua contagem crimes virtuais como o assédio online ou o envio ou publicação de imagens pornográficas, estima que apenas 10% dos menores vão à Polícia para denunciar o agressor.

Cerca de quatro em cada cinco vítimas eram meninas, a maioria adolescentes.

Quando uma criança é a vítima, geralmente ela tem menos de 12 anos, segundo o relatório.

A maioria dos abusos são por toques inapropriados, mas uma em cada dez vítimas afirma ter sofrido estupro.

"Podemos realmente continuar assim? Como sociedade, podemos permitir esses dados sabendo que por trás de cada um deles existem vítimas vulneráveis que sofrem sem medida?", questionou em coletiva de imprensa Sonsoles Bartolomé, chefe do departamento jurídico da ANAR.

Parte do aumento das denúncias corresponde a uma maior disposição das vítimas de falar, mas também à maior utilização da Internet por menores, explicou Bartolomé.

"As novas tecnologias abriram uma nova avenida para novas formas de crime que não existiam antes", disse Bartolomé, citando como exemplos o grooming - a prática de enganar crianças com finalidade de pedofilia online - ou a publicação de fotos nuas sem consentimento.

Benjamín Ballesteros, diretor de programas da ANAR, disse que o fácil acesso à pornografia online pode estar por trás do aumento "alarmante" da violência sexual em grupo contra menores, que agora corresponde a um em cada dez casos de abuso, quando em 2008 era de apenas 2,1% dos total.

O aumento "está intimamente relacionado ao uso descontrolado, com falta de controle dos pais, do acesso à Internet e sobretudo da pornografia", onde é possível constatar "abusos em grupo" e onde "as mulheres muitas vezes são degradadas, humilhadas e também maltratadas", acrescentou Ballesteros.

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