Pandemia

Reino Unido prolonga auxílio para amenizar efeito da pandemia

O sistema pelo qual o Estado opera com 80% dos salários dos empregados que não foram demitidos apesar da paralisação da atividade, será prolongado por cinco meses

Correio Braziliense
postado em 03/03/2021 12:40
 (crédito: Christof STACHE / AFP)
(crédito: Christof STACHE / AFP)

O ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak, apresentou nesta quarta-feira (3) mais ajudas para proteger as empresas e os empregos das restrições contra o coronavírus e a primeira medida tímida para amenizar a enorme dívida gerada por essas políticas generosas.

O sistema pelo qual o Estado opera com 80% dos salários - com um limite de 2.500 libras (3.500 dólares, 2.900 euros) mensais por pessoa - dos empregados que não foram demitidos apesar da paralisação da atividade, será prolongado por cinco meses, até o final de setembro, anunciou Sunak na apresentação de sua lei de orçamento ao Parlamento.

O subsídio será reduzido para 70% em julho e 60% em agosto e setembro. Apesar do desemprego ter aumentado para 5,1%, contra 3,9% antes da pandemia, os economistas concordam que teria disparado sem esses auxílios.

Também continuará um apoio semelhante para os trabalhadores autônomos, e as ajudas para pessoas com baixa ou nenhuma renda serão prolongadas por seis meses.

"Continuaremos fazendo o que for preciso para apoiar os britânicos e as empresas neste momento de crise", destacou Sunak.

Essas medidas somarão 65 bilhões de libras (cerca de 90 bilhões de dólares) aos mais de 280 bilhões já gastos este ano pelo Executivo de Boris Johnson, chegando a um total de 407 bilhões de libras (cerca de 570 bilhões de dólares) desembolsados desde o início da pandemia para mitigar os efeitos dos confinamentos e de outras restrições na economia britânica, submetida também à pressão do recente Brexit.

- Aumento de impostos sobre a dívida -


O Reino Unido é também um dos países desenvolvidos que sofreu a maior queda do PIB, de 9,9% em 2020. Como consequência do terceiro confinamento, a previsão de crescimento para 2021 foi reduzida para 4%, em vez dos 5,5% estimados em novembro, anunciou Sunak.

As generosas ajudas do governo foram possíveis graças às baixas taxas de juros de crédito. O Banco da Inglaterra manteve em fevereiro sua principal taxa no mínimo histórico de 0,1% e os economistas esperam que opte pelas taxas negativas, como o Banco Central Europeu já fez.

No entanto, com mais de 2 trilhões de libras, a dívida britânica disparou para quase 100% do PIB, sua maior porcentagem desde 1960.

Neste contexto, Sunak, um conservador pró-Brexit defensor da ortodoxia orçamentária até o início da pandemia, anunciou medidas para reduzir a dívida, que ele disse estimar de 97,1% do PIB em 2024 e 96,8% dois anos depois.

Devolver os créditos será "o trabalho de muitos governos por muitas décadas", disse aos deputados.

Ainda não é a hora de grandes aumentos de impostos que poderiam cortar a recuperação pela raiz, reconheceu o ministro. No momento, seu Executivo se limitará a aumentar o imposto sobre as sociedades para 25% até 2023, embora as pequenas empresas continuem a pagar os atuais 19%, destacou.

Entre as medidas apresentadas nesta quarta-feira, Sunak anunciou um novo fundo de 410 milhões de libras (572 milhões de dólares) para apoiar as instituições artísticas, das quais a maioria foi obrigada a permanecer fechada durante o último ano, assim como os clubes noturnos e centros de conferências.

Outros 150 milhões de libras serão destinados para salvar os pubs e restaurantes, um dos setores mais duramente afetados pelos confinamentos e restrições.

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