IRAQUE

Papa encerra visita ao Iraque com missa para milhares de fiés

Os últimos compromissos da agenda do pontífice exigiram atenção extra dos guarda-costas e das forças de segurança, pela exposição e também pelos locais visitados

Correio Braziliense
postado em 08/03/2021 06:00
 (crédito: Vincenzo Pinto/AFP)
(crédito: Vincenzo Pinto/AFP)

Depois de rezar pelas “vítimas da guerra” nas ruínas de Mossul, que chegou a ser denominada capital do Estado Islâmico (EI), o papa Francisco concluiu, ontem, a viagem histórica ao Iraque com uma missa para milhares de fiéis no norte do país devastado pelos extremistas. Os últimos compromissos da agenda do pontífice exigiram atenção extra dos guarda-costas e das forças de segurança, pela exposição e também pelos locais visitados.

“O Iraque sempre estará comigo, em meu coração”, disse o papa no encerramento da missa no estádio de Erbil, no Curdistão iraquiano. “Ouvi vozes de dor e angústia, mas, também, vozes de esperança e consolo”, ressaltou diante da multidão de fiéis, antes da bênção em árabe.

Na chegada, o papa argentino, de 84 anos, surgiu em pé no papamóvel, sendo recebido efusivamente pelas milhares de pessoas reunidas no gramado e nas arquibancadas. O distanciamento e o uso de máscara não foram seguidos por grande parte dos fiéis.

Francisco pediu aos cristãos que não desanimem. “Agora, sabemos que há alguém pensando em nós e em como nos sentimos”, disse Bayda Saffo, uma católica de 54 anos, que fugiu dos extremistas de Mossul. Nas duas últimas décadas, o número de cristãos caiu de 6% para 1% da população do país majoritariamente muçulmano.

A maioria dos cristãos do Iraque vivia na planície de Nínive, mas muitos fugiram de suas aldeias em 2014 e se refugiaram no Curdistão iraquiano. Desde então, apenas algumas dezenas de milhares deles voltaram. Muitos dizem temer os ex-paramilitares, agora integrados ao Estado e que ganharam espaço com o EI.

No sábado, Francisco buscou o apoio do grande aiatolá xiita Ali al-Sistani na luta para garantiu melhores condições aos cristãos. No encontro de uma hora, ouviu de Al-Sistani o compromisso de se empenhar para que todos vivam em paz e segurança, com direitos constitucionais observados.

Em três dias da visita inédita, Francisco percorreu mais de 1,4 mil quilômetros, a maior parte de avião, por motivos de segurança. A viagem do pontífice coincidiu com uma escalada de violência no país, com ataques a alvos americanos na última semana, sem contar a pandemia da covid-19.

Defesa ilimitada

Os Estados Unidos farão “o que for necessário” para se defenderem, advertiu, ontem, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, dias depois de vários foguetes terem atingido uma base com tropas da coalizão no Iraque, aumentando ainda mais as tensões. Em entrevista à ABC News, Austin afirmou que Washington investiga quem está por trás do ataque. “Queremos nos assegurar de que, mais uma vez, entendemos quem é responsável por isso. A mensagem para aqueles que executarem um ataque do tipo é que devem esperar que façamos o necessário para nos defendermos”, afirmou ao programa This Week. “Atacaremos se isso for o que acharmos que devemos fazer no tempo e no local que escolhermos”, alertou.


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