Centenas de pessoas se reuniram no domingo pelo terceiro dia consecutivo em Assunção para protestar contra o presidente Mario Abdo Benítez, que acusam de corrupção e de má gestão da pandemia de covid-19.
"Que renuncie Marito", "Ladrão para a prisão", "Eleições já", gritaram os manifestantes nas imediações da residência presidencial.
O protesto foi pacífico, assim como as manifestações de sábado. Na sexta-feira, confrontos violentos come a polícia terminaram com 21 feridos.
A oposição, minoritária no Congresso, concordou em redigir uma moção de acusação contra o presidente com a intenção de iniciar um julgamento político por "mau desempenho".
Mas a iniciativa não tem o apoio do ex-presidente Horacio Cartes (2013-2018), empresário do setor de tabaco, dissidente de Abdo dentro do Partido Colorado.
Abdo anunciou no sábado mudanças em quatro ministérios - Saúde, Educação, Direitos da Mulher e Gabinete Civil -, em uma tentativa de apaziguar os protestos, que criticam sua gestão da pandemia, que até o momento provocou mais de 168.000 casos e 3.318 mortes no país.
"As mudanças feitas pelo presidente são valiosas", disse o senador Antonio Barrios, médico de Cartes, que tem grande influência na política local.
A oposição unida não reúne a maioria necessária para conseguir a destituição do chefe de Estado, que está na metade do mandato de cinco anos.
"Tenho que governar em um contexto inédito, onde ninguém tem receitas únicas. Todos podemos cometer erros, mas os erros serão corrigidos com mais participação, mais diálogo e reafirmando a democracia", afirmou Abdo no sábado.
O presidente recebeu de maneira tácita o apoio do governo dos Estados Unidos com uma mensagem no Twitter do encarregado de negócios de Washington em Assunção, Joe Salazar.
"Desejamos paz e ordem contínua para nossos sócios e amigos do Paraguai. O Estado de Direito é a pedra fundamental da democracia", afirmou.
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