A associação alemã de médicos das unidades de terapia intensiva pediu, nesta segunda-feira (15), a volta imediata de restrições severas para enfrentar a terceira onda de covid-19, depois da flexibilização adotada pelas autoridades.
"Segundo os dados de que dispomos e por causa da disseminação da variante britânica, defendemos veementemente uma volta a um confinamento a partir de agora para, simplesmente, evitar uma terceira onda forte" de covid-19, declarou o diretor científico da associação de médicos de cuidados intensivos, Christian Karagiannidis, à rádio pública alemã.
Se o governo e as regiões não restabelecerem imediatamente restrições mais severas, o número de pacientes em terapia intensiva pode alcançar, rapidamente, "5.000 ou 6.000", se "dermos ao vírus a chance de se propagar", advertiu Karagiannidis na rádio RBB. Hoje, as unidades de terapia intensiva atendem 2.800 pacientes.
Nesta segunda-feira, Armin Laschet, presidente da União Cristã Democrata (CDU), o partido de Angela Merkel, pediu que as autoridades "melhorem" a gestão da pandemia de coronavírus, no dia seguinte ao seu partido registrar uma grande derrota nas eleições regionais de Baden-Wurtemberg e Renania-Palatinado.
Há "debates sobre a gestão" da crise do coronavírus e "devemos melhorar", declarou em coletiva de imprensa Laschet, possível candidato para substituir Angela Merkel após as legislativas de setembro.
As autoridades sanitárias alemãs vêm alertando, há vários dias, sobre o impacto de uma terceira onda da pandemia, vinculada à propagação da cepa de covid-19 inicialmente detectada no Reino Unido. Esta variante fez o número de casos disparar.
"A extrapolação das tendências mostra que, para a primeira semana de abril, podemos esperar números de casos maiores que os do Natal", alertou no sábado o instituto Robert Koch, encarregado de supervisionar a situação epidemiológica.
Em 3 de março, Angela Merkel e as autoridades regionais autorizaram a flexibilização de algumas restrições e definiram um dispositivo complexo de aberturas e fechamentos "de emergência" em função da taxa de incidência do vírus.
Ainda assim, na Alemanha continuam sendo aplicadas importantes restrições, como o fechamento de bares, restaurantes, espaços culturais e esportivos, assim como lojas consideradas não essenciais.
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