Relatório dos departamentos americanos de Segurança Interna e Justiça, divulgado ontem, assinala que Moscou e Teerã atingiram a infraestrutura eleitoral dos Estados Unidos, durante a votação presidencial de 2020, mas não comprometeram nenhum dos resultados. “Amplas campanhas russas e iranianas visando múltiplos setores críticos de infraestrutura comprometeram a segurança de várias redes que administravam algumas funções eleitorais”, relataram as agências governamentais.
As ofensivas, atesta o relatório, não surtiram efeitos. “Não afetaram materialmente a integridade dos dados dos eleitores, a capacidade de votar, a tabulação dos votos ou a transmissão adequada dos resultados eleitorais”, enumeraram os órgãos do governo .
Atores filiados aos governos russo, iraniano e chinês também “impactaram materialmente” a segurança das redes associadas a organizações, candidatos e campanhas políticas americanas, apontou o documento conjunto. “Vários deles reuniram pelo menos algumas informações que poderiam ter divulgado em operações de influência, mas, em última análise, não vimos nenhum desses materiais implementados, modificados ou destruídos”, acrescentou.
Segundo o informe, não há “evidências de que qualquer ator afiliado a governos estrangeiros tenha impedido a votação, alterado votos ou obstruído a capacidade de contagem de votos ou de transmissão de resultados eleitorais”.
Tese improcedente
O documento derrubou especificamente uma teoria apresentada pelos advogados da campanha do ex-presidente Donald Trump, de que uma empresa de apuração de votos tinha ligações com a Venezuela e manipulou os resultados eleitorais a favor de seu adversário, o democrata Joe Biden. O relatório enfatizou que as alegações públicas foram investigadas e determinou-se que elas “não são plausíveis”.
De acordo com os autores do trabalho, foi analisado apenas o impacto de atividades de governos estrangeiros na segurança e integridade da infraestrutura eleitoral.
“(O estudo) não abordou o efeito das atividades de governos estrangeiros na percepção pública ou no comportamento dos eleitores, nem abordou o impacto de atores estrangeiros não estatais, como os cibercriminosos”, esclareceram.
O senador democrata Mark Warner, chefe do Comitê de Inteligência do Senado, disse que o relatório destacou investidas contínuas e persistentes de para influenciar as eleições, em vão. “A Rússia, em particular, empregou esforços reais, não só em 2020, mas também como todos lembramos, em 2016, para influenciar os resultados eleitorais”, afirmou.
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