Politica

China denuncia 'hipocrisia' da Europa por convocação de embaixadores

Após censuras ao embaixador Lu Shaye, China diz que União Europeia faz acusações falsas

Agência France-Presse
postado em 24/03/2021 09:30
 (crédito: THIERRY CHARLIER)
(crédito: THIERRY CHARLIER)

A China denunciou nesta quarta-feira (24/3) "a intimidação e a hipocrisia" dos europeus, após a convocação de embaixadores chineses em vários países pelas sanções adotadas por Pequim contra parlamentares e organizações.

"A China não aceita essa forma irracional de alguns países europeus convocarem seus embaixadores", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, à imprensa.

Em sua convocação, os embaixadores chineses "expuseram claramente a posição" de seu país e "protestaram de maneira solene contra os europeus".

Depois da Holanda na segunda-feira (22/3), Alemanha, França, Dinamarca, Suécia e Lituânia convocaram ontem os embaixadores chineses em suas respectivas capitais. Bélgica e Itália devem fazer o mesmo, após as sanções adotadas por Pequim contra 10 parlamentares europeus.

A China respondeu desta forma à imposição de sanções por parte da União Europeia pela repressão contra a minoria muçulmana de uigures na região autônoma de Xinjiang (noroeste).

Diante da convocação de embaixadores chineses decidida por alguns países europeus, a China fez o mesmo com diplomatas dessas nações com postos em Pequim, como medida de reciprocidade.

"Os europeus se permitem difamar e atacar os outros e impõem arbitrariamente sanções com base em falsas acusações e em mentiras, mas impedem que a China responda", criticou Hua.

"É a lei dos dois pesos e duas medidas, um exemplo de intimidação e hipocrisia”, insistiu.

O momento mais tenso das movimentações diplomáticas aconteceu em Paris, onde o ministério das Relações Exteriores censurou na última terça-feira (23/3) o embaixador Lu Shaye por "insultos, injúrias e ameaças" contra um investigador, Antoine Bondaz, e deputados franceses que desejam viajar a Taiwan, ilha reivindicada pela China.

"Estes métodos de intimidação são inaceitáveis e ultrapassam os limites permitidos por uma embaixada", afirmaram as autoridades.

Bondaz, especialista em Ásia da Fundação para a Pesquisa Estratégica (FRS, em francês), foi chamado de "vândalo", "trol ideológico" e de "hiena louca", em um comunicado da embaixada da China.

Hua tampouco hesitou em criticar o especialista francês nesta quarta-feira (24/3).

"Esperamos que a França coloque um freio neste investigador e peça que pare de divulgar boatos e de difamar a China", disse.

O embaixador da China na França não compareceu em um primeiro momento na segunda-feira (22/3) à convocação das autoridades diplomáticas, alegando problemas de agenda.

O embaixador da UE em Pequim, Nicolas Chapuis, compareceu no mesmo dia após a convocação do ministério chinês das Relações Exteriores, motivada pelo anúncio de sanções pelo bloco.

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