por um mês

Facebook bloqueia conta de Maduro por "violar" política sobre desinformação

Página do presidente venezuelano pode ser vista, mas não pode ser atualizada

Agência France-Presse
postado em 27/03/2021 12:35 / atualizado em 27/03/2021 13:39
 (crédito: Yuri CORTEZ / AFP)
(crédito: Yuri CORTEZ / AFP)

Caracas, Venezuela -O Facebook "bloqueou" por 30 dias a conta do presidente venezuelano Nicolás Maduro após "reiteradas violações" da política sobre desinformação relacionada à covid-19, informou neste sábado (27/3) a empresa.

A medida não elimina a conta do presidente socialista ou deixa a página invisível na plataforma. Apenas impede que seus administradores publiquem mensagens ou façam comentários por um mês: estabelece uma espécie de "modo leitura".

"Removemos um vídeo publicado na página do presidente Nicolás Maduro por violar nossas políticas sobre desinformação relacionada a covid-19 e que poderia colocar as pessoas em risco", afirmou um porta-voz do Facebook à AFP.

"Seguimos as orientações da Organização Mundial da Saúde, segundo as quais atualmente não existe nenhum medicamento que previna ou cure o vírus. Por conta de reiteradas violações de nossas política, bloqueamos a página por 30 dias, durante os quais a mesma estará disponível no modo leitura".

O Facebook explicou que a medida foi adotada após a recente remoção de um vídeo do presidente sobre o Carvativir, o mais recente de uma série de remédios sem estudos médicos publicados, que Maduro promove como "gotinhas milagrosas" para tratar o coronavírus.

Já aconteceram outras violações. "Uma mensagem é enviada a todos os administradores da conta, com um aviso sempre que acontece uma violação. Eles estão cientes", afirmou a fonte.

Maduro já criticou a rede social por censurar seus vídeos relacionados ao Carvativir. "Eles dizem que até que a OMS diga sim eu não posso falar do Carvativir. Quem manda na Venezuela? O dono do Facebook? Quem manda no mundo? O dono do Facebook? Abusadores, Zuckerberg é o nome? É um tremendo abusador", disse Maduro em 2 de fevereiro. O governo venezuelano também já acusou outras redes sociais, como Twitter e Youtube, de censura.

Diante da avalanche de informações durante a pandemia, o Facebook ajustou suas políticas, regulamentando "anúncios que contenham afirmações enganosas, falsas ou infundadas sobre temas de saúde, incluindo as que asseguram que um produto ou serviço pode oferecer uma prevenção ou imunidade de 100%, ou tem a capacidade de curar o vírus", afirma a popular plataforma.

Com 30 milhões de habitantes, a Venezuela acumula mais de 154.000 casos confirmados de covid-19 e 1.532 mortes, de acordo com os números oficiais, que são questionados por organizações como a Human Rights Watch por considerar que ocultam uma realidade muito pior.

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