VIOLÊNCIA

'Não merecia essa morte', diz mãe de salvadorenha assassinada pela polícia no México

De acordo com reportagens da imprensa mexicana, Victoria foi presa no sábado após uma briga com o gerente de uma mercearia no balneário de Tulum (leste), em Quintana Roo

Agência France-Presse
postado em 29/03/2021 18:39 / atualizado em 29/03/2021 19:45
 (crédito: PEDRO PARDO / AFP)
(crédito: PEDRO PARDO / AFP)

"Sinto indignação, me sinto impotente, me sinto frustrada, gostaria de ter estado lá como mãe", disse, na segunda-feira (29/3), Rosibel Arriaza, mãe de Victoria Salazar, uma salvadorenha que morreu no sábado após ser assassinada pela polícia no México.

“Ela não merecia essa morte (...) As autoridades estão aí para proteger o ser humano, com todas as suas técnicas têm para tentar dominar alguém. Mas isso foi um abuso de autoridade, por isso peço justiça”, disse depois de administrar a repatriação de sua filha na chancelaria.

De acordo com reportagens da imprensa mexicana, Victoria foi presa no sábado após uma briga com o gerente de uma mercearia no balneário de Tulum (leste), em Quintana Roo.

Após a intervenção de quatro policiais, eles aplicaram “força desproporcional e com alto risco para a vida da vítima”, disse o procurador Oscar Montes de Oca. Eles causaram uma fratura na parte superior de sua coluna, provocando sua morte, explicou ele. Todos os agentes estão detidos.

O próprio presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, descreveu o incidente como um "assassinato brutal", enquanto seu colega de El Salvador, Nayib Bukele, pediu sanção aos responsáveis.

“Peço justiça para minha filha, porque não vejo uma causa justa (para sua prisão). Acho que o ser humano tem direito à vida, independente do que tenha acontecido naquele momento”, explicou.

“O caso da minha filha está sendo comparado ao caso de (George) Floyd nos Estados Unidos”, disse a mãe de Victoria, aludindo ao assassinato de um afro-americano que foi morto por policiais, fato que causou um comoção mundial.

Victoria, que morava no México há cinco anos, segundo a imprensa salvadorenha, deixa duas filhas de 15 e 16 anos órfãs, que aguardam a repatriação.

“Embora eu saiba que minha filha não vai voltar à vida, eu sei disso, mas na área moral e emocional, ficaria mais do que satisfeita se esses senhores [policiais] pagassem”, acrescentou.

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