DIPLOMACIA

Campanha por um tratado global sobre pandemias

Correio Braziliense
postado em 30/03/2021 22:09
 (crédito: Amanuel Si9leshi/AFP)
(crédito: Amanuel Si9leshi/AFP)

Os governantes de quase 20 nações, o presidente do Conselho Europeu e o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) defendem a elaboração de um tratado sobre pandemias para melhor enfrentar crises futuras e evitar o “cada um por si” duramente evidenciado pela covid-19. “O mundo não pode se dar ao luxo de esperar até que a pandemia acabe para começar a se preparar para a próxima”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ele advertiu que, sem abordagem internacional coordenada, o mundo seguirá vulnerável. Tedros afirmou esperar que um projeto de resolução sobre o tratado seja apresentado em maio, durante a reunião anual dos 194 países-membros da UE.
Longe de desencadear um surto de solidariedade, a pandemia da covid-19 — que matou pelo menos 2,7 milhões de pessoas (11% no Brasil) — aumentou as tensões e a desigualdade das vacinas está se ampliando: 53% das 565 milhões de doses administradas em todo o mundo foram aplicadas em países de alta renda, como Estados Unidos e Israel, enquanto os mais pobres receberam apenas 0,1% das doses, segundo contagem da agência France-Presse.
A proposta de tratado foi apresentada em uma coluna assinada por líderes de países dos cinco continentes, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron; a chanceler alemã, Angela Merkel; o primeiro-ministro, britânico Boris Johnson; e os presidentes Moon Jae-in (Coreia do Sul), Cyril Ramaphosa (África do Sul), Joko Widodo (Indonésia) e Sebastián Pinera (Chile). Os líderes de importantes integrantes do G20 (Estados Unidos, Rússia, China, Japão, Índia e Brasil) não estão entre os signatários, mas Tedros disse ter recebido sinais positivos de Pequim e Washington.
Enquanto a covid-19 “tira proveito de nossas fraquezas e divisões”, “tal compromisso coletivo renovado seria um passo importante para consolidar a preparação para pandemias no mais alto nível político”, de acordo com o artigo publicado na segunda-feira à noite pelo jornal francês Le Monde e por muitos jornais estrangeiros, ontem. “Acontecerão outras pandemias e outras emergências sanitárias em grande escala. Nenhum governo ou organização multilateral pode enfrentar essa ameaça sozinho”, insiste o texto.

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