Eleições

Tentativa de golpe fracassa em Níger a dois dias da posse do presidente

A eleição de Mohamed Bazoum não foi reconhecida como legítima pelos opositores

Agência France-Presse
postado em 31/03/2021 08:04
 (crédito: Issouf SANOGO / AFP)
(crédito: Issouf SANOGO / AFP)

Niamey, Niger - Um grupo de militares foi preso em Níger após uma "tentativa de golpe de Estado" frustrado, informou à AFP uma fonte das forças de segurança, segundo a qual a "situação está sob controle".

"Aconteceram detenções entre os poucos elementos do exército que estão na origem da tentativa de golpe de Estado. Este grupo de militares não conseguiu se aproximar do palácio presidencial. A Guarda Presidencial respondeu", disse a fonte.

Moradores do bairro presidencial de Niamey afirmaram à AFP que foram acordados por tiros durante a noite. A tentativa de golpe aconteceu dois dias antes da posse do novo presidente Mohamed Bazoum, prevista para sexta-feira em Niamey. O presidente eleito é próximo do atual chefe de Estado, Mahamadou Issoufou.

Seu rival, o ex-presidente Mahamane Ousmane, não reconheceu os resultados das eleições e reivindicou a vitória. Ele convocou "protestos pacíficos" em todo o país.

A história de Níger, país que conquistou a independência da França em 1960 e está entre os mais pobres do mundo, é marcada por quatro golpes de Estado, o primeiro em abril de 1974 contra o presidente Diori Hamani e o mais recentes em fevereiro de 2010, que derrubou o presidente Mahamadou Tandja.

A transferência de poder entre Issoufou e Bazoum prevista para sexta-feira é a primeira entre dois presidentes eleitos democraticamente.

A primeira tarefa de Mohamed Bazoum será enfrentar os ataques extremistas de grupos vinculados à Al-Qaeda e o Estado Islâmico (EI) no oeste do país, fronteiriço com Mali e Burkina Faso, e do movimento nigeriano Boko Haram no leste, na fronteira com a Nigéria. O ataque mais recente de grande dimensão aconteceu em 21 de março na região de Tahoua e deixou 141 mortos. Desde o início de 2021 os ataques extremistas mataram mais de 300 civis, especialmente no oeste do país.

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