religião

Milhões de pessoas celebram a Páscoa sob novas restrições anticovid

Pelo segundo ano consecutivo, todos os eventos comemorando a morte de Jesus são celebrados dentro das paredes do Vaticano e sem a presença de multidões de fiéis

Agência France-Presse
postado em 03/04/2021 10:36 / atualizado em 03/04/2021 10:37
 (crédito: AFP / Abdul MAJEED)
(crédito: AFP / Abdul MAJEED)

Cristãos em todo o mundo voltam a celebrar este ano um fim de semana de Páscoa sob restrições contra o coronavírus, que continua a se espalhar, especialmente na América Latina, que já contabiliza mais de 25 milhões de infecções.

Dado o aumento das infecções, e apesar do avanço das campanhas de vacinação, muitos governos tiveram que impor novamente medidas para conter o avanço da doença.

A Itália, um dos países europeus mais atingidos pelo vírus, iniciou neste sábado (3) um confinamento estrito, com todo o território considerado "zona vermelha" de alto risco, o que privou as famílias de se encontrarem neste tradicional feriado cristão.

No Vaticano, o papa Francisco presidiu na sexta-feira à noite sua segunda Via Crúcis sem audiência na Praça de São Pedro devido à pandemia.

Pelo segundo ano consecutivo, todos os eventos comemorando a morte de Jesus são celebrados dentro das paredes do Vaticano e sem a presença de multidões de fiéis.

Na França, novas restrições em todo o território entraram em vigor neste sábado, para tentar conter uma explosão de casos que está levando os hospitais da capital à beira do colapso.

E na vizinha Alemanha, onde o governo teve que voltar atrás em severas restrições para o fim de semana da Páscoa, a chanceler Angela Merkel pediu à população que limite suas reuniões o máximo possível.

A líder pediu "uma celebração da Páscoa tranquila, em círculos pequenos, com contatos reduzidos".

- 25 milhões de casos -

Do outro lado do Atlântico, a América Latina sofre duramente com a pandemia, ultrapassando, na sexta-feira, os 25 milhões de casos e contabilizando mais de 788.000 mortes por covid-19, de acordo com uma contagem da AFP com base em dados oficiais.

No Chile, que já vacinou 24% de sua população com duas doses e progride mais rápido que qualquer outro país na região, os piores números de infecções desde o início da pandemia foram registrados nos últimos dias.

Neste contexto, as autoridades anunciaram o fechamento das fronteiras a partir de segunda-feira e por todo o mês de abril. No total, o país ultrapassou um milhão de infecções e 23.000 mortes.

Na Argentina, o presidente Alberto Fernández anunciou na sexta-feira que testou positivo para a covid-19 em um teste de antígenos, mais de um mês após receber a segunda dose da vacina.

O presidente, de 62 anos, esclareceu que está "fisicamente bem" e que aguarda o resultado de um teste de PCR para confirmar que está com a doença.

A Argentina, com 44 milhões de habitantes, enfrenta uma segunda onda de coronavírus com uma escalada sustentada de infecções, totalizando mais de 2,3 milhões de casos e 56.023 mortes.

Em muitos países da região há casos da variante brasileira do coronavírus, a chamada P1, que se acredita ser mais contagiosa.

O Brasil, segundo país do mundo com mais mortes pelo vírus (321.000), viveu o pior mês da pandemia em março com mais de 66.000 óbitos.

Entre os estados que aplicam medidas sanitárias, o Rio de Janeiro anunciou na sexta-feira uma prorrogação parcial das restrições, inicialmente previstas para durar até domingo.

No mundo, o coronavírus matou mais de 2,8 milhões de pessoas e infectou mais de 130 milhões.

- "Não baixar a guarda" -

Na sexta, a notícia positiva veio dos Estados Unidos, onde mais de 100 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina anticovid, segundo dados da autoridade sanitária.

Apesar desse número encorajador, o presidente Joe Biden voltou a pediu "para não baixar a guarda" diante da pandemia.

Em outros países, as campanhas de vacinação não avançam como deveriam.

Na Europa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que apenas 10% da população recebeu uma dose e 4% ambas, longe de seus objetivos.

Na União Europeia, existem quatro injeções anticovid licenciadas: Pfizer/BioNTech, Moderna, Johnson & Johnson e AstraZeneca. Esta última, desenvolvida pelo laboratório anglo-sueco e pela Universidade de Oxford, está no centro de uma polêmica sobre possíveis coágulos sanguíneos detectados em pessoas imunizadas com o fármaco.

Apesar de o regulador europeu garantir que é "segura e eficaz", vários países, como Noruega e Dinamarca, optaram por suspender temporariamente o seu uso. Outros, como a Alemanha, Holanda e França, impuseram limites de idade à sua aplicação.

No Reino Unido, onde mais de 18 milhões de doses deste imunizante já foram administradas, sete pessoas que a receberam morreram em decorrência de coágulos sanguíneos, de um total de 30 casos identificados até agora, informou neste sábado o regulador britânico de medicamentos.

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