O Diário Oficial do governo da Rússia publicou, ontem, a lei que permite ao presidente Vladimir Putin, 68 anos, disputar dois novos mandatos de seis anos, o que abre o caminho para sua permanência no Kremlin até 2036. A lei foi aprovada no mês passado, após um referendo constitucional organizado no verão do Hemisfério Norte (inverno no Brasil) de 2020.
Em tese, Putin deveria encerrar sua carreira de duas décadas no Kremlin, em 2024, ao fim de seu atual mandato, já que a lei russa não permitia que um presidente exerça mais de dois mandatos consecutivos. Mas, desde que chegou ao poder, no ano 2000, Putin eliminou toda a competição política real, restringindo a oposição e a mídia independente. Ele sempre se recusou a falar sobre sua sucessão.
Pelo texto que promulgou ontem, a restrição de continuidade “não se aplica aos que ocupavam o cargo de chefe de Estado antes da entrada em vigor das alterações à Constituição”, aprovadas no referendo.
“Que sigam adiante com uma lei que concede a vida eterna ao presidente”, ironizou no Twitter Evgueni Roijzmán, um detrator do Kremlin e ex-prefeito de Ekaterimburgo, uma das maiores cidades da Rússia. A equipe do opositor preso Alexei Navalny reagiu publicando um vídeo do ano 2000 em que Putin diz ser contra um presidente russo permanecer no poder por mais de dois mandatos.
A reforma ocorre em um momento em que o presidente russo desfruta de uma popularidade maior que 60%, de acordo com as pesquisas, apesar da pandemia, da economia desacelerada e das reformas sociais impopulares em 2018.
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