Franz Josef Huber, responsável pela deportação de dezenas de milhares de judeus austríacos e próximo de Adolf Eichmann, foi contratado após a guerra, sem ser forçado, pelos serviços de inteligência da Alemanha Ocidental, revelou o canal de televisão pública ARD na terça-feira (6).
A rede revisou os arquivos do BND, o Serviço Federal de Informações da Alemanha, que mostram que este general da SS que liderou a Gestapo em Viena foi seu empregado de 1955 a 1967, a salvo de eventuais procedimentos legais.
Huber assumiu o comando da polícia secreta nazista em Viena logo após a anexação da Áustria pela Alemanha em 1938 e serviu até 1944.
Ele foi responsável pela deportação de dezenas de milhares de judeus austríacos para os campos de extermínio. Ao todo, 65.000 judeus austríacos, principalmente vienenses, foram exterminados durante a Segunda Guerra Mundial.
Huber trabalhou com Adolf Eichmann, considerado o organizador do extermínio dos judeus na Europa e criador da Agência Central para a Emigração Judaica em Viena.
Após a derrota do Terceiro Reich, Huber foi detido pelos americanos e libertado em 1948.
Este general da SS era, segundo a ARD, "cooperativo" com as forças aliadas. Desta forma, ele escapou de processos por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
“A Guerra Fria era iminente e eles (os americanos) procuravam, acima de tudo, anticomunistas puros e duros”, explica Bodo Hechelhammer, historiador especialista em BND, citado pela ARD. "Infelizmente, eles frequentemente procuravam e encontravam essas pessoas entre os ex-nazistas".
Após sua aposentadoria em 1967, Franz Josef Huber obteve uma pensão do serviço público alemão. Ele viveu com seu próprio nome até sua morte em Munique em 1975, aos 73 anos.
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