Segurança

Funcionários da Google pedem mais proteção para denunciantes de assédio sexual

Cerca de 20.000 trabalhadores e contratistas da Google participaram no protesto em 50 cidades de todo o mundo, segundo os organizadores

Correio Braziliense
postado em 10/04/2021 11:23
 (crédito: AFP / Kenzo TRIBOUILLARD)
(crédito: AFP / Kenzo TRIBOUILLARD)

Cerca de mil trabalhadores da Google assinaram uma carta publicada online nesta sexta-feira (9) para pedir à empresa matriz Alphabet mais proteção para quem denuncia abuso sexual no local de trabalho.

O texto afirma que a gigante da tecnologia tem um padrão de proteger ou até mesmo recompensar os responsáveis de assédio sexual, mas que deixa as vítimas sofrerem no local de trabalho. "A Alphabet não fornece um ambiente seguro para quem é assediado no local de trabalho", diz a carta.

"Mesmo quando (o setor de recursos humanos) confirma o assédio, ninguém toma medidas para que quem o denunciou esteja seguro", acrescentou.

Qualquer pessoa que tenha assediado um colega de trabalho deve ser excluída dos cargos de liderança e deve mudar de equipe para se distanciar das vítimas, exige a carta. "Estamos profundamente cientes da importância deste assunto", disse um porta-voz da Google em resposta à AFP.

"Trabalhamos para apoiar e proteger as pessoas que informam preocupações, investigamos a fundo todas as denúncias e tomamos medidas firmes contra as acusações fundamentadas", acrescentou.

Em uma coluna publicada na sexta-feira no site do The New York Times, a ex-engenheira da Google, Emi Nietfeld, disse que seu assediador, um colega de trabalho, ficou sentado em um escritório junto a ela na empresa, mesmo depois que ela fez a denúncia ao departamento de Recursos Humanos.

A Google enfrenta várias críticas nos últimos anos pela sua resposta interna ao abuso sexual, especialmente se os acusados forem executivos.

Milhares de funcionários da Google se uniram a uma greve mundial coordenada no final de 2018 para protestar pela gestão do problema por parte da gigante tecnológica americana.

Cerca de 20.000 trabalhadores e contratistas da Google participaram no protesto em 50 cidades de todo o mundo, segundo os organizadores.

"Realizamos melhorias significativas no nosso processo geral, incluindo a forma em que lidamos e investigamos as acusações dos empregados e a introdução de novos programas de atenção para os funcionários que informam preocupações", disse o porta-voz da Google.

"Informar uma má conduta requer coragem e continuaremos o nosso trabalho para melhorar nossos processos e fornecer apoio às pessoas que fazem isso", acrescentou.

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