Politica

Biden inicia negociação bipartidária para estimular plano de infraestruturas

Para a reunião foram convidados quatro senadores e quatro integrantes da Câmara de Representantes, metade de cada partido

Agência France-Presse
postado em 12/04/2021 13:02 / atualizado em 12/04/2021 13:03
 (crédito: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
(crédito: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reúne-se nesta segunda-feira (12/4) com congressistas republicanos e democratas para estimular seu plano de infraestruturas de mais de US$ 2 trilhões, uma aposta ousada para reconstruir o país e estabelecer seu nome na história.

Com o encontro na Casa Branca, o presidente democrata pretende destacar que cumpre sua promessa de acabar com a divisão que transformou Washington em um constante cenário de confronto durante o mandato de Donald Trump.

Para a reunião foram convidados quatro senadores e quatro integrantes da Câmara de Representantes, metade de cada partido.

Até o momento, Biden não conta o apoio de republicanos para seu gigantesco plano de gastos, que pretende injetar recursos em diversos setores: da reforma do deteriorado sistema de rodovias até a implementação da Internet de banda larga em comunidades agrícolas.

Para financiar o plano, o presidente propõe um aumento dos impostos corporativos de 21% para 28%.

O plano, que uma fonte do governo democrata chamou de "ousado investimento que acontece apenas uma vez em uma geração nos Estados Unidos", é uma aposta de vitória para um presidente que surpreendeu muitos com sua vontade de atuar de maneira grandiosa.

Inspirado em Franklin Delano Roosevelt e em seu famoso programa "New Deal" para tirar os Estados Unidos da Grande Depressão, Biden pretende transformar o país no cenário pós-covid.

Mais do que um pacote tradicional de infraestrutura concentrado em alvos clássicos, que incluem estradas e pontes, o presidente também quer injetar recursos em tecnologias verdes, escolas e qualquer outro aspecto da economia ampliada em uma tentativa de "dominar o futuro".

"O país não é mais líder mundial, porque não estamos investindo", disse Biden na semana passada.

As pesquisas mostram um amplo apoio dos eleitores à ideia, mas os membros do Congresso são contrários.

Irritados com a forma como os democratas forçaram a aprovação do pacote de estímulo à economia de US$ 1,9 trilhão em março, os republicanos alegam que o aumento do imposto corporativo vai afetar a competitividade dos Estados Unidos.

Biden declarou que está "totalmente aberto" a negociar todos os aspectos, incluindo o alcance do aumento de impostos.

A Casa Branca insiste, no entanto, em que não pode acontecer uma redução fundamental na composição do plano, rebatendo as queixas republicanas de que contém muitos projetos importantes para a esquerda, em contraposição aos objetivos reais de infraestruturas.

"Não estaremos abertos a não fazer nada. A inação simplesmente não é uma opção", disse Biden.

A Casa Branca alerta que, se os republicanos não aderirem ao plano, os democratas tentarão aprovar o gigantesco pacote sozinhos, recorrendo a um mecanismo especial de orçamento que os autoriza a driblar a estreita margem no Congresso.

E mesmo isso, no entanto, é incerto. Os democratas precisariam dos votos de todos os seus senadores, e pelo menos um - o senador Joe Manchin da Virgínia Ocidental - afirma que é contrário à taxa de imposto de 28%.

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