Windsor, Reino Unido - O caixão do Príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, foi enterrado neste sábado (17) no jazigo real da Capela de São Jorge em Windsor, residência real a cerca de 50 km a oeste de Londres, onde seu funeral foi realizado.
Os restos mortais do duque de Edimburgo permanecerão lá até que a monarca se reúna com ele após sua morte.
O casal reunido ficará então na Capela do Memorial do Rei George VI, pai de Elizabeth II.
Assim, a rainha se despediu do homem com quem esteve casada durante 73 anos, a sua "força e apoio", em um funeral sóbrio ao estilo militar com máscaras e poucos convidados devido à pandemia.
A cerimônia começou com um minuto de silêncio antes do início do serviço religioso em St. George, a capela gótica do século 15 localizada no Castelo de Windsor de quase mil anos, cerca de 50 km a oeste de Londres.
Os quatro filhos e vários netos do casal real caminharam ao lado da Land Rover desenhada por Philip que carregou seu caixão durante um breve cortejo fúnebre pelos jardins do castelo.
A rainha os seguiu em um carro, um Bentley oficial, com uma dama de companhia.
No entanto, a monarca, que completa 95 anos nesta quarta-feira, sentou-se sozinha na capela para se despedir do marido, o homem com quem ela se casou ainda princesa em 1947.
Muitos especialistas asseguram que foi Philip quem administrou com mão de ferro uma família marcada por crises, ajudando a rainha a resistir aos escândalos.
Todos os olhares se voltaram para os príncipes William e Harry, cujas relações estão tensas, em busca de algum sinal de reconciliação.
Esta foi a primeira aparição pública de Harry de 36 anos com a realeza desde que ele e sua esposa Meghan, que não viajou para o Reino Unido porque está grávida, abandonaram seus deveres reais e se mudaram para a Califórnia.
Harry, entretanto, não caminhou ao lado de seu irmão de 38 anos. Entre eles estava seu primo Peter Phillips, alimentando especulações sobre um desentendimento que persiste.
O funeral foi presidido pelo Arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual dos anglicanos.
"O país vai sentir falta dele"
Devido ao coronavírus, os britânicos foram aconselhados a não viajar para Windsor.
Mesmo assim, alguns decidiram fazer a viagem enquanto a maior parte do país acompanhava o ato pela televisão.
"As pessoas não deveriam vir, mas este é um grande evento, o único em uma geração. O duque foi especial, então esperamos por muitas pessoas", disse à AFP Mark, 57 anos, um entre dezenas de policiais nas ruas de Windsor.
Nas proximidades do castelo, os curiosos também ficaram em silêncio, como Kaya Mar, um pintor de 65 anos que chegou no primeiro trem de Londres com um grande retrato de Felipe debaixo do braço.
"Foi muito importante para mim estar aqui hoje", disse, considerando que "era um bom homem" e "o país vai sentir falta dele".
Coberto com sua espada, seu boné naval e seu estandarte pessoal, o caixão do duque foi transportado pela manhã por carregadores do Primeiro Batalhão de Granadeiros - do qual Philip foi coronel por 42 anos - da capela particular da família real para outro salão do castelo.
Preparando-se para a procissão, os guardas reais e dezenas de representantes de outros corpos militares posicionaram-se, perfeitamente alinhados, no gramado impecável do pátio central do castelo enquanto soava a fanfarra.
Sob um sol forte, a carruagem pessoal do duque chegou ao local, puxada por seus dois pôneis.
Nos degraus de acesso à capela, posicionaram-se os representantes da cavalaria, vestidos de gala e capacetes com longas plumas.
Sem pompa e com máscaras
O príncipe consorte, falecido em Windson em 9 de abril, dois meses antes de seu centésimo aniversário, foi companhia constante de Elizabeth II, corada com apenas 25 anos em 1952, quando o Reino Unido se reconstruia após a Segunda Guerra Mundial e seu império começava a perder força.
A monarca publicou neste sábado uma foto comovente do casal descontraído no Parque Nacional Cairngorms da Escócia em 2003.
Imagens de momentos marcantes do casamento foram divulgadas nas redes sociais da família real.
Os funerais da realeza britânica geralmente têm grande alcance, aperfeiçoados ao longo dos anos e assistidos por monarcas e líderes de todo o mundo.
Mas as restrições impostas pelo coronavírus obrigaram a modificar os planos de sepultamento de Philip, que se limitaram a 30 convidados íntimos com máscaras e distanciamento de segurança.
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