Pandemia

Covid-19: EUA tem metade da população adulta vacinada com pelo menos uma dose

Vacinação e aumento de casos avançam em ritmos desproporcionais em todo o mundo

Agência France-Presse
postado em 19/04/2021 12:48 / atualizado em 19/04/2021 12:59
 (crédito: MARTIN BERNETTI / AFP)
(crédito: MARTIN BERNETTI / AFP)

O governo dos Estados Unidos anunciou que o país conseguiu vacinar metade de sua população adulta com pelo menos uma dose do imunizante anticovid e começará nesta segunda-feira (19/4) a aplicar os fármacos em todas as pessoas com mais de 18 anos, enquanto o vírus faz estragos em outros países, como Índia e Peru.

As notícias positivas dos Estados Unidos, o país mais afetado do mundo pela pandemia, são divulgadas em um momento de flexibilização das restrições em várias nações europeias e do início de um corredor de viagens, uma "bolha", sem a necessidade de quarentena entre Austrália e Nova Zelândia.

Ao mesmo tempo, países como a Índia, que registrou 273.810 novos casos nesta segunda-feira (19/4), estão sofrendo uma nova onda de contágios e seu sistema de saúde está à beira do colapso.

Em Nova Délhi, a capital, as autoridades anunciaram um confinamento de uma semana a partir desta segunda-feira à noite para tentar conter a propagação do vírus.

"Se não impormos um confinamento agora, teremos um desastre maior", afirmou o ministro chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal.

Diante do aumento de contágios, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cancelou a viagem oficial à Índia prevista para o fim de abril.

Na América Latina, a pandemia também avança com força.

O Peru registrou no domingo (18/4), pela primeira vez, mais de 400 mortes por covid-19 em 24 horas, em um momento de aumento de contágios provocado pela variante brasileira do vírus.

O governo anunciou o retorno, a partir de 25 de abril, de uma quarentena dominical obrigatória em Lima e em 41 das 196 províncias peruanas, principalmente da zona andina e da costa, consideradas em "risco extremo".

No Equador, as autoridades alertaram que a situação é "muito crítica".

Para frear a propagação das variantes do vírus, a França anunciou nesta segunda-feira que vai multar em 1.500 euros (1.800 dólares) os viajantes procedentes do Brasil, Argentina, Chile e África do Sul que violarem a quarentena obrigatória de 10 dias após a chegada ao território francês.

Situação "precária" 


A vacinação avança nos países em ritmos muito diferentes. Nos Estados Unidos, 50,4% das pessoas com mais de 18 anos estão parcialmente imunizadas, enquanto 32,5% já estão totalmente vacinada, índice que sobe para 65,9% entre as pessoas com mais de 65 anos.

Mais de 131,2 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina no país.

O aumento dos novos casos diários, no entanto, levou o assessor médico da Casa Branca, Anthony Fauci, a advertir no domingo que o país continua em uma situação "precária".

Apesar da aplicação da vacina do grupo Johnson & Johnson ter sido suspensa na terça-feira (13/4) passada, após o anúncio dos casos de seis mulheres que desenvolveram graves coágulos sanguíneos depois que receberam o fármaco,  uma delas faleceu. Fauci afirmou que este imunizante em breve voltará a ser utilizado, possivelmente com algumas restrições ou advertências sobre o uso.

"Há vacinas suficientes para todos os americanos. Isto é absolutamente indiscutível", declarou na semana passada o presidente Joe Biden.

O democrata anunciou no início de abril que todos os adultos americanos poderiam receber a vacina a partir do dia 19 deste mês.

"Chorar, abraçar, beijar" 

Do outro lado do planeta, Austrália e Nova Zelândia vislumbraram a normalidade nesta segunda-feira, quando inauguraram um aguardado corredor de viagens sem quarentena.

Membros de famílias se reuniram, sem conter as lágrimas, no aeroporto de Sydney, enquanto várias pessoas se preparavam para os primeiros voos em mais de um ano, desde que a Nova Zelândia fechou as fronteiras.

"Vou gritar, chorar, abraçar, beijar, ficar feliz, tudo ao mesmo tempo", declarou à AFP Denise O'Donoghue, de 63 anos, antes de embarcar no aeroporto de Sydney.

O coronavírus matou mais de três milhões de pessoas no mundo e infectou pelo menos 140 milhões desde que foi detectado na China em dezembro de 2019.

Na Europa, vários países se preparam para flexibilizar as restrições. Isto acontecerá durante a semana ma Bélgica, Eslovênia, Eslováquia, Mônaco e Dinamarca, entre outros.

Portugal iniciou nesta segunda-feira (19/4) a terceira fase do desconfinamento progressivo, com a reabertura dos centros comerciais e das áreas internas de cafeterias e restaurantes, salas espetáculos, escolas do ensino médio e universidades.

A Grécia anunciou a suspensão da quarentena obrigatória de sete dias para viajantes "residentes permanentes" dos países da União Europeia, assim como do Reino Unido, Estados Unidos e Israel, entre outros.

A Suíça também iniciará nesta semana um processo de retomada da normalidade, com espaços ao ar livre permitidos em restaurantes, bares e cinemas, instalações esportivas e aulas presenciais na reabertura das universidades.

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