Covid-19

Estados Unidos e Índia vivem os extremos da pandemia

Correio Braziliense
postado em 27/04/2021 21:17
 (crédito: Prakash Singh/AFP)
(crédito: Prakash Singh/AFP)

De um lado, os Estados Unidos, que colocaram fim à obrigatoriedade do uso de máscaras ao ar livre para pessoas que completaram o período de imunização. De outro lado, a Índia, que registrou, ontem, 362.757 casos da covid-19 e 3.285 mortes. Foi o sexto dia consecutivo com mais de 300 mil diagnósticos positivos. Ao todo, a Índia contabilizava, até o fechamento desta edição, 17,6 milhões de infecções e 197.894 mortes.
Especialistas consultados pela TV CNN admitem que o número real de infectados chegue a 500 milhões de indianos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a onda pandêmica no país é o resultado de uma “tempestade perfeita” — alusão às aglomerações, às cepas mais contagiosas e à baixa taxa de vacinação.
Os hospitais das principais cidades da Índia não têm mais suprimentos de oxigênio e acabam por rejeitar pacientes, com a recomendação de que eles se tratem em casa. A ajuda da comunidade internacional começou a chegar ao país. “A situação na Índia é mais do que desesperadora”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao anunciar o envio de equipamentos essenciais à nação de 1,3 bilhão de habitantes. O primeiro avião com ajuda médica para a Índia, com 100 respiradores e 95 concentradores de oxigênio britânicos, aterrissou em Délhi. Nos próximos dias, Londres enviará até 495 concentradores e 140 respiradores. Com um dos crematórios de Nova Délhi sobrecarregado, os corpos de vítimas da covid-19 são incinerados em um estacionamento vizinho. As sirenes das ambulâncias transportando outros cadáveres não param de soar.
Nos EUA, o retorno progressivo à normalidade ocorre graças à campanha bem-sucedida de imunização. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estipulou que as pessoas vacinadas podem comer, caminhar ou participar de pequenas reuniões sociais ao ar livre sem usar máscara. “Além disso, continuamos a recomendar o uso de máscara em atividades e em lugares muito frequentados, como estádios lotados ou shows”, disse a diretora do CDC, Rochelle Walensky. Pelo menos 95,8 milhões de pessoas receberam as duas doses necessárias das vacinas Pfizer/BioNtech e Moderna ou a inoculação de dose única Johnson&Johnson, o que corresponde a 30% da população.

Show em Barcelona

Um show para 5 mil espectadores, em 27 de março, na cidade espanhola de Barcelona, terminou sem sinal de contágios. O evento foi parte de um teste clínico para buscar formas seguras de celebrar eventos apesar da covid-19, anunciaram os organizadores. O público não precisou respeitar o distanciamento físico, mas utilizou máscara, e “não há sinal de que aconteceu uma transmissão dentro do evento”, anunciou Josep Maria Llibre, médico do hospital Germans Trias i Pujol.
Todos os participantes foram submetidos a um teste de antígenos antes do evento e usaram máscaras PFF2 durante o espetáculo. É possível que outros casos assintomáticos tenham acontecido e não foram detectados entre os participantes. De acordo com o médico, foram registrados seis casos positivos, 15 dias depois do show, e os organizadores têm certeza de que, “em quatro casos, a transmissão não aconteceu durante o evento”.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação