EUA

Biden quer reverter os cortes fiscais concedidos por Trump aos mais ricos

Plano de US$ 1,8 trilhão seria financiado pelo fim dos benefícios fiscais. Medidas dependem de aprovação do congresso

Agência France-Presse
postado em 28/04/2021 07:53
 (crédito: Mandel Ngan/AFP)
(crédito: Mandel Ngan/AFP)

Washington, EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deseja reverter os cortes fiscais que seu antecessor Donald Trump concedeu aos mais ricos para financiar um plano de gastos para beneficiar a classe média, informou nesta quarta-feira (28/4) uma fonte do governo.

Biden aproveitará o discurso no Congresso programado para a noite para revelar seu Plano para as Famílias Americanas de US$ 1,8 trilhão, que será financiado com o fim dos benefícios fiscais adotados por Trump e das brechas que permitem aos mais ricos pagar menos, afirmou a mesma fonte.

"O presidente vai propor uma série de medidas para assegurar que os mais ricos paguem os impostos correspondentes, resguardando ao mesmo tempo que ninguém que receba menos de US$ 400 mil por ano sofra um aumento de impostos", afirmou o alto funcionário do governo que pediu anonimato.

O plano vai exigir a aprovação de um Congresso muito dividido, com uma leve maioria democrata, mas que não garante a tramitação dos projetos.

Um dos eixos é o investimento na edução da pré-escola, creches, ensino superior e outras questões pontuais que, segundo o governo, representam a base para a reconstrução da classe média do país. O projeto vislumbra um corte fiscal de US$ 800 bilhões para as pessoas de baixa renda, além de um um trilhão de dólares para investimentos. Para o alto funcionário, o plano vai gerar uma "economia forte e inclusiva para o futuro".

Para o governo, o objetivo dos cortes fiscais é reduzir a pobreza infantil e diminuir o preço das creches, para permitir que as mulheres permaneçam na força de trabalho. Desta maneira seria formada uma "força de trabalho mais ampla, mais produtiva e mais saudável".

O plano provavelmente será rejeitado pelos republicanos no Congresso, mas a Casa Branca acredita na aprovação com o potencial apoio e pressão dos eleitores. Com a reforma, os mais ricos pagariam uma taxa de imposto de renda de até 39,6%, o que acabaria com o corte aprovado por Trump.

O plano também pretende acabar com as brechas e isenções fiscais para a renda de capital, o que permitirá arrecadar bilhões de dólares, segundo a Casa Branca.

Para o governo, a medida será suficiente para pagar os quase dois trilhões de dólares de gastos do programa de 15 anos, que pretende, segundo a administração democrata, tornar o país mais justo. "Estas reformas pretendem fundamentalmente tornar mais justo o código fiscal", disse a fonte da Casa Branca. 

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