Com 50 milhões de infecções pela covid-19, a Europa começou a debater, ontem, uma espécie de “passaporte da covid-19” a ser adotado durante as férias de verão no Hemisfério Norte. Ele daria passagem livre a qualquer cidadão imunizado contra o coronavírus, que apresente um teste recente de sorologia negativa ou que tenha se recuperado da doença nos últimos dias. Segundo a emissora britânica BBC, um QR Code conterá dados pessoais sobre o viajante, incluindo as informações sanitárias sobre a covid-19. Durante as discussões no Parlamento Europeu, surgiu uma tese de que apenas vacinas aprovadas para uso na UE podem constar no “passaporte”. Isso excluiria a chinesa Coronavac, fabricada pelo Instituto Butantan, em São Paulo.
A Comissão Europeia — órgão executivo da União Europeia (UE) — negocia com a Organização Mundial da Saúde (OMS) o reconhecimento do documento fora do bloco. Os 27 países-membros querem incluir nações que não aderiram à UE, como Noruega, Islândia e Suíça. A expectativa é que mais detalhes sobre o mecanismo para segurança em viagens sejam divulgados nas próximas semanas.
Enquanto isso, a busca mundial por mais imunizantes continua. O Reino Unido anunciou a aquisição de 60 milhões de novas doses da vacina Pfizer/BioNTech. A Turquia solicitou 60 milhões do medicamento russo Sputnik V.
De acordo com um relatório divulgado ontem, a União Europeia estima que a Rússia e a China orquestraram campanhas de “difamação” para minar a confiança nas vacinas aprovadas por seu regulador de medicamentos, Pfizer/BioNTech, AstraZenca, Moderna e Johnson & Johnson.
Desaceleração
A epidemia desacelera lentamente na maioria dos países europeus, que estão diminuindo as restrições de maneira prudente. O número diário de novos casos vem caindo há duas semanas. O Reino Unido, que permitiu a reabertura de lojas não essenciais e espaços ao ar livre a partir de 12 de abril, registra atualmente pouco mais de 2.300 casos por dia, em média. Pelo menos 64% de sua população adulta recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a covid.
A Itália, que também permitiu a reabertura parcial de bares, restaurantes, cinemas e teatros, detecta atualmente menos de 13 mil casos por dia, comparados a 23 mil no final de março. Por outro lado, a França observa uma ligeira queda. O país mais afetado em termos de infecções (5.565.852 casos), continua a beirar os 30 mil casos diários. Portugal, por sua vez, suspendeu o estado de emergência e passou à situação de calamidade. A Europa concentra um terço do número total de infecções por coronavírus no mundo (148.820.944), mas apenas 24% dos novos casos detectados na semana passada.
Índia registra recorde de 360.960 casos em 24 horas
Imersa na pior crise sanitária dos últimos tempos, a Índia precisou improvisar para conseguir socorrer os pacientes infectados pela covid-19. Com a recusa de hospitais em receberem doentes, ante a superlotação e a falta de oxigênio, um salão de banquetes de Nova Délhi (foto) foi transformado em centro de atendimento à covid-19. Entre terça-feira e quarta-feira, o Ministério da Saúde contabilizou o número recorde de 360.960 diagnósticos positivos para o coronavírus. As 24 horas foram também as mais mortíferas, com 3.293 óbitos. O número de mortos passou de 200 mil, ontem, e atingiu a marca de 201.187. A cepa indiana do Sars-Cov-2, conhecida como B.1.617, está presente em 17 países e foi detectada em 1.200 sequências de genoma, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre eles estão o Reino Unido, EUA, Cingapura, Bélgica, Suíça, Grécia e Itália.
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