Israel

Aos menos 44 pessoas morrem em tumulto durante festividade em Israel

As autoridades só confirmaram que houve mortes, sem precisar quantas. A estimativa das autoridades é a de que pelo menos 100 mil pessoas participavam do evento

Correio Braziliense
postado em 30/04/2021 08:15
 (crédito: Emmanuel DUNAND / AFP)
(crédito: Emmanuel DUNAND / AFP)
Pelo menos 44 pessoas morreram na madrugada desta sexta-feira (30) em um tumulto ocorrido durante uma peregrinação judaica ortodoxa ao norte de Israel, no maior evento de massa desde o início da pandemia da covid-19 no país.

"Contamos 38 mortos no local, mas há outros no hospital", informou à AFP um porta-voz do Magen David Adom - equivalente israelense da Cruz Vermelha.

O hospital Ziv, um dos centros para onde foram transferidas as vítimas, disse ter registado seis mortes, o que eleva o saldo para 44 óbitos.

Com o passar das horas, o saldo aumenta. As equipes de resgate anunciaram "dezenas" de mortes e feridos nesta tragédia que ocorreu no Monte Meron.

No meio da noite, sirenes de ambulâncias soaram perto do palco da tragédia enquanto os primeiros socorros evacuavam corpos sem vida e feridos.

As equipes de resgate disseram inicialmente que uma arquibancada desabou para explicar o número de feridos, antes de falar de uma gigantesca "correria".

Imagens postadas nas redes sociais mostram uma procissão passando por uma multidão compacta e se aproximando de uma estrutura de metal onde os devotos estão de pé em torno de uma fogueira.

As circunstâncias específicas que levaram à confusão não foram esclarecidas nesta sexta-feira, mas um socorrista no local, Yehuda Gottleib, que trabalha para o United Hatzalah, disse que viu homens "esmagados" e "inconscientes".

"Grande desastre no Monte Meron", tuitou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em hebraico à noite, conclamando a população a "orar para salvar os feridos".

"Todo Israel ora pela cura dos sobreviventes", declarou o líder da oposição Yair Lapid, que disse estar acompanhando a evolução da situação com "ansiedade".

- Festival de La Baomer -
Dezenas de milhares de pessoas participaram da peregrinação anual no norte de Israel na noite de quinta para sexta-feira, o maior evento público no país desde o início da pandemia de covid-19.

A peregrinação, que celebra o feriado judaico de Lag Baomer, ocorre em Meron, em torno do túmulo do Rabino Shimon Bar Yojai, um talmudista do século II que é creditado por escrever o Zohar, obra central do misticismo judaico.

O Lag Baomer é uma celebração alegre que comemora o fim de uma epidemia devastadora entre os alunos de uma escola talmúdica da época.

As autoridades haviam permitido a presença de 10.000 pessoas no complexo, mas, segundo os organizadores, mais de 650 ônibus foram fretados em todo o país, estimando-se pelo menos 30.000 pessoas. A imprensa local estimou um fluxo de 100.000 pessoas.

O tumulto teria ocorrido após a meia-noite, causando pânico e ligações para equipes de emergência que mobilizaram helicópteros para resgatar os feridos.

Contactado pela AFP, o exército israelense confirmou que enviou helicópteros para socorrer as vítimas.

Segundo a polícia, que despachou 5 mil policiais para garantir a segurança do evento, ocorreram congestionamentos gigantescos nas estradas que levam ao norte do país.

A Magen David Adom havia relatado anteriormente que várias pessoas sofreram desmaios devido ao calor, enquanto outras tiveram queimaduras provocadas por fogueiras, parte do ritual.

Em 2019, um ano antes da pandemia que levou ao cancelamento da peregrinação de 2020, os organizadores estimaram 250 mil pessoas que compareceram ao local.

Desde dezembro, mais de cinco milhões de israelenses (53% da população) foram vacinados com as duas doses da vacina anticovid, em torno de 80% da população acima de 20 anos, segundo dados oficiais do país, que registraram 838 mil pessoas infectadas pelo coronavírus e 6.300 falecidos pelo vírus.

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