Neste domingo (9/05), dezenas de milhares de pessoas se manifestaram na França para exigir uma maior mobilização por parte do governo nos planos de combate ao aquecimento global, dias depois que os deputados apoiaram uma criticada lei sobre o clima.
"Não estou aqui para salvar o planeta ou três tartarugas, estou aqui para salvar o ser humano. O governo tem que ter coragem de impor a transição ecológica", afirmou Vanessa, artista plástica e integrante da ONG de proteção dos oceanos Surfrider, que se manifestou com um vestido feito de redes de pesca.
As 163 marchas organizadas em todo o país reuniram cerca de 115 mil pessoas de acordo com os organizadores, mais de 45 mil de acordo com a polícia. Em Paris, cerca de 56 mil pessoas se reuniram (8.500 de acordo com a polícia).
"Trata-se de continuar denunciando a falta de ambição na lei sobre o clima, reiterou o cineasta e ativista Cyril Dion, na capital.
A lei sobre o clima, promovida pelo presidente Emmanuel Macron como um texto-chave de seu mandato, foi aprovada na última terça-feira pelos deputados no Parlamento. O Senado vai debater o texto em junho.
Ela propõe a abolição dos voos domésticos para destinos que possam se chegar de trem em um período de menos de duas horas e meia, além da criação de um "crime de ecocídio", a introdução de um bônus para compra de bicicletas elétricas e a proibição de aluguel de casas que estajam mal isoladas do ponto de vista térmico a partir de 2028.
O objetivo geral é implementar medidas que permitam à França cumprir sua meta de redução em 40% das emissões de gases de efeito estufa até 2030, em comparação aos níveis de 1990.
Apesar de "alguns avanços", ONGs como o Greenpeace denunciaram que esse texto era uma "oportunidade perdida" e um "projeto de lei para fingir que há atuação".
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