Os destroços do foguete chinês Longa Marcha 5B caíram no Mar Arábico, perto das Ilhas Maldivas, no Oceano Índico, de acordo com autoridades daquele país.
De acordo com imprensa estatal da China, partes do foguete entraram na atmosfera da Terra às 10h24 deste domingo (9/5) horário de Pequim (22h24 de sábado, 8/5, no Brasil).
A reentrada dos destroços do foguete também foi confirmada pelo 18º Esquadrão de Controle Espacial dos Estados Unidos, que se dedica a rastrear objetos artificiais na órbita da Terra.
O Comando Espacial dos EUA disse, por meio de um comunicado, que poderia "confirmar que a Longa Marcha 5B reentrou na Península Arábica". "Não se sabe se os destroços impactaram a terra ou a água", disse o comando.
Roscosmos, a agência espacial da Rússia, também relatou que destroços caíram no Oceano Índico.
A reentrada descontrolada do foguete na Terra causou preocupação, embora as autoridades chinesas e especialistas independentes tenham alertado que havia muito pouco risco de os destroços caírem em uma área habitada.
A China havia lançado o Longa Marcha 5B em 29 de abril para colocar em órbita um trecho da estação espacial que aquele país está construindo.
Vários sites de rastreamento dos Estados Unidos e da Europa monitoraram a reentrada do foguete, mas não foi possível determinar se ele se desintegraria ao entrar.
Nem foram capazes de identificar onde os possíveis destroços cairiam.
Reentrada na Terra
A maioria dos componentes do Longa Marcha 5B se desintegrou ao entrar na atmosfera terrestre e os destroços caíram no Oceano Índico, de acordo com a imprensa estatal chinesa, citada pela agência de notícias Reuters.
As coordenadas localizam o ponto de impacto no Oceano Índico, ao norte do arquipélago das Maldivas, localizado a sudoeste do Sri Lanka e a 600 km da Índia.
Com 18 toneladas, o Longa Marcha 5B é um dos maiores artefatos a ter retornado descontroladamente à Terra em décadas.
Preocupação
Antes da reentrada do foguete, havia o temor de que detritos pudessem cair em uma área habitada.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse que a China foi negligente ao permitir a devolução descontrolada de um objeto tão grande.
A China, por sua vez, rebateu essa acusação. A imprensa daquele país descreveu os alertas do Ocidente como "exageros" e previu que os destroços cairiam em algum lugar em águas internacionais.
Especialistas espaciais também previram que as chances de alguém ser atingido por um pedaço de lixo espacial eram muito pequenas, especialmente porque grande parte da superfície da Terra é coberta por oceanos e grandes áreas de nosso planeta são desabitadas.
Vários especialistas em modelagem de detritos espaciais apontaram que a reentrada aconteceria provavelmente na noite de sábado ou no domingo.
Eles previram que a maior parte do artefato se incendiaria durante sua imersão final na atmosfera, embora sempre houvesse a possibilidade de que metais com alto ponto de fusão e outros materiais duráveis pudessem atingir a superfície da Terra.
"A reentrada no oceano sempre foi estatisticamente a mais provável", tuitou Jonathan McDowell, especialista do Centro de Astrofísica da Universidade de Harvard, que monitorou a queda do foguete.
A missão do Longa Marcha 5B
Em 29 de abril, a China usou o foguete para colocar parte de sua estação espacial em órbita.
A estação espacial do gigante asiático será montada a partir de vários módulos que serão enviados em diferentes horários.
A China espera que ela entre totalmente em operação até o fim de 2022.
Para ter sua estação espacial pronta no prazo, a China estabeleceu um cronograma apertado de 11 lançamentos para os próximos dois anos.
A estação em forma de T deve funcionar por 10 anos e sua vida útil pode ser estendida para 15 anos com reparo e manutenção adequados, de acordo com a Academia de Tecnologia Espacial da China.
Espera-se que seja a única estação operacional em órbita aberta a parceiros estrangeiros após a 'aposentadoria' da Estação Espacial Internacional.
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