O avanço da vacinação contra o novo coronavírus nos Estados Unidos, com consequente redução no número de casos e mortes pela doença, aumenta o otimismo na Casa Branca quanto à retomada da normalidade no país. Ontem, em entrevista à rede CNN, Jeff Zients, coordenador das ações de resposta à covid-19 do governo de Joe Biden, disse acreditar que os americanos estão entrando em uma nova fase da pandemia. Na Europa, muitos países vêm flexibilizando as restrições, enquanto na Índia a variante de dupla mutação leva o sistema de saúde ao colapso.
“Eu diria que estamos virando a esquina”, disse Jeff Zients ao participar do programa State of the Union. Segundo os dados oficiais, 58% dos adultos nos Estados Unidos receberam pelo menos uma dose e mais de 110 milhões de pessoas (um terço da população total) estão totalmente vacinadas.
Biden estabeleceu uma meta para 70% dos adultos receberem pelo menos uma dose antes do feriado nacional de 4 de julho. Para isso, o governo se esforça para convencer os mais céticos ou indiferentes sobre a importância da vacinação.
Principal especialista em doenças infecciosas do governo dos Estados Unidos, Anthony Fauci falou sobre a intenção de atualizar as diretrizes para o distanciamento social e o uso de mascaras, no programa The Week, transmitido ontem pela ABC. “Precisamos começar a ser mais liberais à medida que vacinamos mais pessoas”, disse.
No fim de abril, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) relaxou as orientações sobre o coronavírus, assinalando que americanos totalmente imunizados não precisam usar máscaras em atividades ao ar livre sem aglomerações. Biden continua usando a proteção. Especialistas em saúde pública e republicanos pediram à Casa Branca outras liberações.
Dose extra
Na conversa com a CNN, Jeff Zients acrescentou que os EUA cogitam a possibilidade de aplicar dose extra da vacina para manter a imunidade ao vírus. “Se reforços forem necessários, certamente estaremos prontos, como temos estado para todas as contingências, e teremos suprimentos suficientes”, disse Zients.
Desde março de 2020, a pandemia deixou oficialmente 581 mil mortos nos Estados Unidos, mas Fauci reconheceu que, “sem dúvida”, o número é maior. Ele não corroborou, porém, os 900 mil óbitos apontados em um estudo recente. “Mas acho que, sem dúvida, subestimamos e continuamos subestimando (a mortalidade da covid)”, frisou.
Também na Europa aumenta o clima de confiança, com o levantamento do estado de alarme na Espanha e o relaxamento das restrições na Alemanha, entre outras medidas de flexibilização. Espanhóis foram para as ruas comemorar. Gritos, aplausos, música e até fogos de artifício explodiram em Barcelona quando os relógios marcaram meia-noite e centenas de jovens foram à praia, onde se improvisou uma festa.
A situação europeia contrasta com a da Índia, onde mais de 4 mil pessoas morreram em um dia. A virulência da pandemia subjugou o frágil sistema de saúde deste país de 1,3 bilhão de habitantes. Pessoas infectadas com o coronavírus continuam morrendo nas portas de hospitais que colapsaram, apesar da ajuda internacional.
E o pior ainda está por vir, segundo especialistas, que esperam um pico no final de maio. O gigante asiático acumula 238.270 mortes e 21,9 milhões de casos, números que vêm aumentando rapidamente.
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