FRANÇA

Em carta, militares põem futuro do país em xeque

Correio Braziliense
postado em 10/05/2021 21:04

Um grupo de oficiais militares franceses da ativa publicou nova carta aberta, na qual alerta o presidente Emmanuel Macron de que a “sobrevivência” da França está em jogo, após as “concessões” feitas ao islamismo. Publicada na revista conservadora Valeurs Actuelles, no domingo, a mensagem surge três semanas depois de uma missiva similar, na qual os militares advertiam que uma guerra civil estava se formando na França. Assinado por um grupo de oficiais e por 20 generais da reserva, o documento despertou polêmica.

O premiê, Jean Castex, a classificou como de uma ingerência inaceitável, e o general de mais alto escalão da França prometeu punir os responsáveis. Ao contrário da anterior, a carta é aberta a novas assinaturas e, poucas horas depois da difusão, havia recebido 36 mil adesões pela internet. “Falamos da sobrevivência do nosso país, do seu país”, diz o texto, dirigido a Macron e ao gabinete.

Os autores se descrevem como soldados da ativa da geração mais jovem das Forças Armadas, a chamada “geração do fogo”. “No Afeganistão, no Mali, na África Central, ou em qualquer outro lugar, muitos de nós experimentamos fogo inimigo. Alguns de nós perderam companheiros. Partiram para destruir o islamismo, ao qual vocês estão fazendo concessões em nosso solo”, criticam os autores.

“Quase todos nós vivemos a Operação Sentinela”, operação de segurança implantada após os atentados de 7, 8 e 9 de janeiro de 2015, para fazer frente à ameaça terrorista. “Vimos, com os nossos olhos, os subúrbios abandonados, a conciliação com a criminalidade. Sofremos as tentativas de instrumentalização de várias comunidades religiosas, para as quais a França não significa nada, mas, sim, um objeto de sarcasmo, desprezo e ódio”, completam. “A guerra civil está se formando na França.”

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