Os Estados Unidos instaram nesta segunda-feira (24) a Colômbia a localizar pessoas desaparecidas durante os protestos contra o governo de Iván Duque, e aplaudiu o compromisso de Bogotá de investigar as acusações de abuso contra os manifestantes.
"Agradecemos os anúncios do governo colombiano para investigar as alegações de uso excessivo da força pela polícia", declarou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
“O governo colombiano ativou uma unidade especial de busca para investigar as denúncias de pessoas desaparecidas com 35 equipes enviadas por todo o país para acompanhar as denúncias recebidas através de linhas diretas”, continuou.
“Incentivamos as autoridades a continuar trabalhando para localizar todas as pessoas desaparecidas o mais rápido possível. Certamente encorajamos essas ações”, acrescentou.
Psaki comentou o assunto quando foi questionada em uma entrevista coletiva sobre os pedidos dos legisladores americanos para que o governo de Joe Biden denunciasse "de forma clara e inequívoca a brutalidade policial na Colômbia".
Os protestos que eclodiram na Colômbia em 28 de abril deixam pelo menos 43 mortos, dos quais 15 em relação direta às manifestações e 11 em processo de apuração, segundo a Promotoria e a Defensoria Pública da Colômbia, órgão constitucional que defende os direitos humanos.
As equipes formadas pelas duas instituições relataram ter encontrado 290 pessoas que estavam desaparecidas. O Mecanismo de Busca Urgente permanece ativo para outras 129 denúncias.
O pedido do governo de Biden ao de Duque surge quando a vice-presidente e chanceler designada da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, desenvolve uma intensa agenda diplomática em Washington esta semana.
De acordo com a embaixada colombiana, a visita visa "fortalecer os laços bilaterais, revelar detalhes da situação social do país e estreitar a cooperação no combate à covid-19".
Protestos de rua e agitação social, inicialmente contra um projeto de reforma tributária do qual Duque já desistiu, abalaram a Colômbia nas últimas semanas, enquanto o número de mortos por covid-19 disparou para mais de 80.000, exacerbando o descontentamento social.
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