EUA

Um ano após crime, irmã de George Floyd recusa reunião com Biden: "Quebrou promessa"

Pouco depois do assassinato, Biden havia definido um prazo de um ano para aprovar no Congresso uma ampla reforma nas polícias, o que não foi cumprido. O projeto ainda está em tramitação, mas enfrenta resistência no Senado

BBC
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postado em 25/05/2021 22:39 / atualizado em 25/05/2021 22:39

A morte de George Floyd, ocorrida há um ano durante uma detenção policial na cidade americana de Minneapolis, está sendo lembrada nesta terça-feira (25/05) em protestos e homenagens ao redor dos Estados Unidos e do mundo, marcando também uma promessa não cumprida pelo presidente Joe Biden.

Floyd, um homem negro, morreu em 25 de maio de 2020 após ser sufocado por cerca de nove minutos sob o joelho do policial Derek Chauvin, que foi condenado por assassinato em abril deste ano. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas morreu uma hora depois.

Outros três policiais envolvidos na ação devem ser julgados em março de 2022. Eles detiveram Floyd após receberem um chamado acusando-o de tentar usar uma cédula falsa de dinheiro em uma loja de conveniência.

A morte dele gerou deste protestos globais pedindo igualdade racial e o fim da violência policial.

Mulher toca violino em frente a grande foto do rosto de Floyd
EPA/CRAIG LASSIG
Protestos e shows em homenagem a Floyd, como este em Minneapolis, foram programados para esta terça-feira
Flores e grafite com retrato de Floyd em frente a loja de conveniência, em foto diurna
EPA/CRAIG LASSIG
Homenagens a Floyd no local em que ele foi morto há um ano, em Minneapolis

A família de Floyd foi convidada para um encontro privado na Casa Branca com o presidente Joe Biden e a vice Kamala Harris, que durou cerca de uma hora. Parte da família falou a jornalistas depois do encontro.

Um dos irmãos de George Floyd, Terrence, disse que o encontro nesta terça-feira foi "uma honra" e uma "conversa produtiva".

Pouco depois do assassinato, Biden havia definido um prazo de um ano para aprovar no Congresso uma ampla reforma nas polícias, o que não foi cumprido. O projeto ainda está em tramitação, mas enfrenta resistência no Senado.

Brandon, um dos sobrinhos de George Floyd, afirmou após encontro com Biden que o presidente está trabalhando para que a lei "correta" seja aprovada, em vez de correr para que qualquer texto seja ratificado.

Parentes de Floyd, homens aparecem de máscara e engravatados falando com a imprensa em área externa
REUTERS/Kevin Lamarque
Parte da família de Floyd falou com a imprensa depois de encontro com Biden na Casa Branca
Em foto aproximada do rosto, Philonise aparece de óculos e máscara preta
REUTERS/Kevin Lamarque
Philonise Floyd usa máscara com dizeres em inglês: 'A dura realidade; 9 minutos e 29 segundos; Justiça por George', em referência ao tempo que o irmão foi sufocado
Jornalistas reunidos em volta de família de Floyd, com Casa Branca ao fundo
EPA/TASOS KATOPODIS
Encontro privado da família de Floyd com Biden na Casa Branca durou cerca de uma hora

Mas uma das irmãs de Floyd deixou de comparecer à Casa Branca argumentando que Biden "quebrou a promessa" sobre a reforma.

"Ele quebrou a promessa, mas vou dar a ele mais algumas semanas", disse Bridgett, em um protesto em homenagem ao irmão em Minneapolis, no Estado de Minnesota.

"Organize sua gente!", acrescentou a irmã, cobrando Biden pela negociação com parlamentares.

Os democratas, correligionários de Biden, conseguiram aprovar um texto na Câmara dos Representantes, mas no Senado enfrentam a oposição de republicanos em medidas que estes consideram impraticáveis. Um ponto sensível e bloqueado por conservadores é a definição de quando um policial pode ser julgado criminalmente, perdendo sua "imunidade qualificada" — proteção que costuma dificultar que um agente seja julgado individualmente na Justiça comum por atos durante o trabalho.

Depois do encontro com a família de Floyd, Biden discursou afirmando que as negociações no Congresso estão "em andamento".

"Minha esperança é que eles (parlamentares) chegarão com um texto da lei à minha mesa rapidamente."

Mais cedo, de manhã durante um protesto na praça George Floyd, em Minneapolis, houve o disparo de cerca de 30 tiros, segundo a repórter da BBC Barbara Plett, que estava no local. Segundo a polícia local, uma pessoa ficou ferida, mas não corre risco de vida. Ainda não se sabe o motivo do incidente.

"Uma pessoa atirou de fora do perímetro da praça e teria fugido de carro quando uma patrulha a perseguiu. Não se sabe por que isso aconteceu. A especulação que estamos ouvindo aqui é que foi algum tipo de disputa pessoal, talvez relacionada a gangues. Não é incomum ouvir tiros nesta área", relatou Plett.


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