A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) elevou nesta segunda-feira (31/5) suas previsões de crescimento mundial para 2021 (5,8%) e para 2022 (4,4%), ao mesmo tempo em que advertiu para o risco de uma recaída da economia pela persistência de "ventos contrários".
Apesar de ter destacado a solidez da recuperação, a OCDE, que inclui 38 países que representam 60% do PIB mundial, está preocupada com a lentidão da vacinação nos países pobres e com o nervosismo dos mercados financeiros.
A recuperação se confirma e, após uma recessão histórica em 2020, quando a economia mundial registrou contração de 3,5%, a OCDE prevê agora uma alta do PIB de 5,8% em 2021, mais do que os 5,6% previstos em março, quando publicou as estimativas anteriores.
Para 2022, um ano em que a maioria das economias deve retornar aos níveis de 2019, a instituição prevê crescimento de 4,4%. Em março, projetava 4% para o próximo ano.
"Os governos administraram quase dois bilhões de doses de vacinas, e nunca antes em uma crise havíamos observado políticas públicas tão rápidas e eficazes, tanto em termos de saúde como de desenvolvimento de vacinas, ou em termos monetários, fiscais, ou financeiros", destaca no relatório a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.
Há muitos sinais positivos, como o aumento da produção industrial, a forte recuperação do comércio mundial de mercadorias e o aumento do consumo depois dos confinamentos.
"Porém, muitos ventos contrários persistem", adverte a OCDE. Em particular, "até que a grande maioria da população mundial seja vacinada, todos continuaremos à mercê do surgimento de novas variantes".
Novos confinamentos abalariam a "confiança" e muitas empresas, "antes bem protegidas, mas muitas vezes sobrecarregadas com uma dívida elevada, podem ir à falência", alerta Boone.
Outro risco identificado pela OCDE é o nervosismo dos mercados financeiros, preocupados com as altas inflacionárias e que, segundo a instituição internacional, são apenas um fenômeno temporário ligado à recuperação econômica.
Caso os mercados comecem a apostar em uma inflação duradoura, isto poderia provocar o aumento das taxas de juros, o que colocaria a recuperação em perigo, segundo a organização.
"Precisamos de vigilância", afirma o relatório.
A organização, com sede em Paris, afirma que a recuperação é frágil e "desigual". Prevê crescimento de 8,5% na China, e de 6,9%, nos Estados Unidos, dois países que já retornaram aos níveis anteriores à pandemia, mas de apenas 2,6% no Japão, e de 3,3%, na Alemanha.
Na América Latina, a instituição prevê que o Brasil vai crescer 3,7% em 2021; o México, 5,0%; a Argentina, 6,1%; o Chile, 6,7%; e a Colômbia, 7,6%.
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