EUA

O bebê prematuro que teve 'sorte' de nascer em avião com médico e enfermeiras de UTI neonatal

Raymond nasceu com apenas 29 semanas,em um pleno ar entre Salt Lake City e o Havaí. Quando a mãe entrou em trabalho de parto, ainda restavam três horas de voo

Irmãs fizeram 'vaquinha' para custear gastos com hospital em Honolulu, já que Raymond deve ficar internado até fim de maio/junhoHawaii Pacific Health/Reprodução

Um bebê que já nasceu com a sorte grande. Lavinia "Lavi" Mounga estava em um voo de Salt Lake City, nos EUA, para o Havaí, quando entrou em trabalho de parto.

Para a sorte dela e de seu bebê, havia três enfermeiras de unidade de terapia intensiva neonatal estavam no avião, além de um médico de família. Raymond, seu bebê, nasceu com apenas 29 semanas, e ainda restava três horas de voo.

"Cheguei no banheiro e lá estava Lavi segurando o bebê. Ela tinha dado à luz provavelmente um ou dois segundos antes", conta a enfermeira Lani Bamfield ao Newshour, programa de rádio de notícias da BBC. Ela viu que o bebê era muito pequeno. Imediatamente, diz, começou a agir.

"Comecei a fazer estímulos nele com um cobertor, para tentar fazê-lo chorar e respirar fundo. Também o sequei, porque o controle de temperatura é muito importante."

Hawaii Pacific Health/Reprodução
As enfermeiras de UTI neonatal que cuidaram de Lavi e Raymond

Outra enfermeira, Amanda Beeding, cuidou da mãe, que ainda não havia parido a placenta. Além disso, um passageiro do voo lhe deu um cadarço, que ela usou para amarrar o cordão umbilical e cortá-lo. A equipe trabalhou no chão, em frente ao banheiro.

O grupo teve ajuda de mais uma enfermeira e de um médico de família, Dale Glenn. "Minha filha me disse: 'pai, eles acabaram de pedir por um médico'", lembra Glenn à BBC. Ele dirigiu-se ao banheiro do avião e viu a equipe de enfermeiras já trabalhando com o bebê, que pesava menos de 1,5 quilos. "Era muito prematuro."

"O bebê Raymond não estava respirando muito bem e tentávamos ressuscitá-lo." Os comissários de bordo forneceram equipamentos de oxigênio que a equipe usou, embora fossem muito grandes para um bebê tão pequeno.

A equipe também improvisou para avaliar seus batimentos cardíacos, usando um relógio de pulso para medi-los.

Depois de quase três horas trabalhando sem parar no bebê e na mãe, o avião pousou. E foi aí que se ouviu, pela primeira vez, o choro do bebê.

Carissa Glenn
Lavinia "Lavi" Mounga, seu bebê Raymond e o médico Dale Glenn

O caso viralizou com um vídeo gravado por uma das passageiras e publicado no TikTok. Ele mostra o capitão do avião anunciando que um bebê nasceu no avião e pedindo aplausos para a mãe - os passageiros respondem com palmas e gritos para celebrar o nascimento de Raymond.

Quando o avião pousa, uma equipe médica entra para buscar Lavi e Raymond. É possível ouvir seu choro.

As irmãs de Lavi fizeram uma vaquinha online para levantar dinheiro e cobrir gastos da hospitalização de Raymond que, segundo elas, ficará internado até o fim de maio/junho. "Nós estávamos no avião quando Lavi deu à luz. Nosso sobrinho milagroso nasceu com 29 semanas e foi muito forte", escreveram no site da campanha.

Hawaii Pacific Health/Reprodução
O médico e as enfermeiras de UTI neonatal improvisaram para cuidar do bebê no voo: usaram um cadarço para cortar o cordão umbilical e um relógio de pulso para medir os batimentos do bebê

"Nossa irmã não sabia que estava grávida, então ela estava tão chocada quanto a gente quando nosso sobrinho nasceu. Ele está na UTI neonatal se fortalecendo mais a cada dia que passa."

Segundo o jornal The Guardian, as enfermeiras visitaram Lavi e o bebê no hospital em Honolulu e disseram que foi um reencontro "emotivo".

"Ficamos com lágrimas nos olhos. Ela nos chamou de família e disse que somos todas suas tias", disse ao jornal a terceira enfermeira que cuidou de Lavi e Raymond, Mimi Ho.


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