Tratado

Putin apresenta projeto russo de saída do Tratado de Céus Abertos

O Tratado que no inicio contava com 35 países, estabelece o direito de fazer voos de observação, com a obrigação de reciprocidade, nos territórios dos países signatários para controle das atividades militares

O presidente russo, Vladimir Putin, apresentou ao Parlamento, nesta terça-feira (11/5), o projeto de lei de retirada do importante tratado de vigilância militar "Céus Abertos", denunciado por Moscou no ano passado em resposta à saída dos Estados Unidos.

O projeto, que apareceu hoje no site da Duma, a Câmara Baixa do parlamento, prevê o fim da participação de Moscou no acordo em vigor desde 1º de janeiro de 2002.

O Parlamento deve aprovar o projeto, antes de sua promulgação por Putin.

Em fevereiro passado, as autoridades russas disseram que "deixariam a porta aberta" para um retorno às disposições do tratado, se os Estados Unidos fizessem o mesmo.

Desde sua chegada à Casa Branca, o presidente Joe Biden voltou a alguns dos acordos e organizações internacionais denunciados por seu antecessor Donald Trump.

Em janeiro, estendeu o tratado New Start sobre limitação dos arsenais nucleares e decidiu retomar as negociações sobre o programa nuclear iraniano.

Já as negociações sobre o Tratado de Céus Abertos estão paralisadas. Trump saiu do acordo, acusando a Rússia de tê-lo violado.

"Céus Abertos", que de início envolvia 35 países, estabelece o direito de fazer voos de observação, com a obrigação de reciprocidade, nos territórios dos países signatários para controle das atividades militares.

Moscou se recusa a permanecer no acordo sem a presença de Washington, considerando que os demais países signatários e membros da Otan iriam transmitir as informações dos voos para os Estados Unidos, privando efetivamente a Rússia do direito à reciprocidade.

As relações russo-americanas continuaram a se deteriorar nos últimos anos, dando lugar, em abril, a sanções e a expulsões de diplomatas entre ambos os países.

Os Estados Unidos propuseram uma cúpula Biden-Putin em um terceiro país em junho, uma oferta atualmente em negociação e que, por enquanto, teve uma recepção favorável do Kremlin.

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